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O nadador Henrique Rodrigues também reclama de apoio para os individuais | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
O nadador Henrique Rodrigues também reclama de apoio para os individuais| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

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Com a divulgação esta semana das seleções de handebol feminino e vôlei, a delegação brasileira ficou completa: serão 815 integrantes, sendo 524 atletas, 220 técnicos, 40 administradores e 31 profissionais de saúde. Do total, 37 são do Paraná – 27 atletas e dez técnicos ou chefes de equipe. No último domingo (25/9) a Gazeta do Povo publicou uma estimativa de que seriam 34 atletas, o correspondente a 6,5% do total. Com a não-convocação de Karoline (handebol), Natália, Giba, Marlon e Serginho (vôlei), a proporção caiu para 5,1%.

"Público, tem. O que falta é di­­nheiro". Tal argumento se tornou bordão quando se fala em fomentar esportes coletivos no Paraná. Resultado: irrisória participação do estado em modalidades como vôlei, handebol, futebol e basquete no Pan-Americano de Gua­­da­­lajara.

A partir do dia 14 de outubro, início do evento no México, a federação terá apenas 27 atletas – destes, 16 (60%) competem em práticas individuais.

Dos outros 40%, apenas um – o armador Léo (handebol) – treina em uma equipe paranaense, o Unopar. A agremiação londrinense cedeu mais o carioca Júlio à seleção e é o único exemplo de sucesso na região nas práticas exclusivamente em conjunto.

O time de vôlei da cidade segue na Superliga nacional, mas só porque recebeu recursos humanos e patrocínio da equipe de Blu­­menau (SC). Sem verba, o Lon­­dri­­na Ser­­com­­tel de basquete não disputa a próxima temporada do NBB.

Curitiba e Maringá tentam, mas não conseguem seus próprios times e vivem das saudades de Rexona e Cocamar, respectivamente, no vôlei. "O empresariado local é muito bom, mas não usa o esporte para veicular sua imagem. Talvez porque manter uma equipe seja muito caro", diz o técnico da seleção de vôlei masculino no Pan, o curitibano Rubinho. Bernardinho ganhou folga.

Treinador há 14 anos do time do Unopar, Giancarlo Ramirez atribui o sucesso da equipe a uma combinação de investimentos crescentes ao longo do tempo, paciência e formação dos próprios talentos.

"Levamos quatro anos para começar a ter resultados. Muitas equipes começam com um grande investimento, mas, se o título não vem de pronto, recuam e o time morre", conta ele.

Sem conseguir politizar a discussão, o secretário de Es­­portes do estado, Evandro Ro­­gério Roman, atribui a ausência de equipes competitivas às gestões governamentais anteriores, que não apoiaram a ideia.

"É mais barato investir nos esportes individuais. Se apostarmos em cinco modalidades olímpicas de lutas, elas podem compartilhar o mesmo espaço de treinos e cada atleta é um potencial de medalha", diz, em discurso consonante ao do governo federal, de que a medida da evolução esportiva é o número de pódios.

Só o judô, por exemplo, destina 64 lugares no pódio. O atletismo tem 47 chances de ouro, prata ou bronze. A seleção feminina de futebol – da volante Renata Costa, de Assaí – disputa apenas três premiações.

"É função do estado incentivar o investimento de prefeituras, das ONGs, das organizações privadas na gestão profissional do esporte", completa Roman.

Ainda assim, com a clara tendência pelos "avulsos", os atletas solitários não escondem as dificuldades de trabalhar no Paraná. O nadador Henri­­que Rodrigues, que disputará os 200 metros medley no Pan, treina há um mês em Curitiba e encontra problemas para ficar na cidade, depois de ter de­­fendido o Minas Tênis Clube (MG), o Pinheiros (SP) e ter contrato com o Flamengo (RJ).

"Falta a cultura de os clubes locais investirem nos atletas de alto rendimento. Quero seguir no estado, mas preciso de condições financeiras e até de estrutura de treino para ficar."

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