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O diretor de esporte de São José dos Pinhais, Clésio Prado, ex-parceiro do campeão olímpico Emanuel no vôlei de praia, posa para foto no ginásio Afonso Pena | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
O diretor de esporte de São José dos Pinhais, Clésio Prado, ex-parceiro do campeão olímpico Emanuel no vôlei de praia, posa para foto no ginásio Afonso Pena| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo

Identidade

Com a inauguração do Ginásio Afonso Pena, a prefeitura de São José dos Pinhais pretende criar estratégias para evitar a confusão que aconteceu com um vizinho da estrutura esportiva: o aeroporto internacional, conhecido fora da cidade como o "aeroporto de Curitiba". "Somos bairristas com isso. Vamos rechaçar qualquer associação do ginásio com a capital. Precisamos consertar essa história. O equipamento é uma conquista de São José dos Pinhais e vamos nos esforçar para que, fora daqui, a associem o time que iremos adotar com o nosso ginásio", diz o secretário de esportes Claudio Padilha.

  • Espaço público com oito mil metros quadrados e capacidade para 4,5 mil pessoas tem abertura prevista para março

Vizinha à capital paranaense, São José dos Pinhais cansou de ser ‘região’ de Curitiba – especialmente na esfera esportiva. Sem barulho, a cidade de 255 mil habitantes tem um projeto ousado para fomentar modalidades olímpicas.

A estratégia passa pela entrega de um ginásio – oito mil metros quadrados de área construída, que pode abrigar 4,5 mil pessoas – com inauguração prevista para março. A área tem condições de eventos que atualmente escapam a Curitiba.

Os curitibanos há anos sofrem com a falta de infraestrutura do Tarumã, seu principal centro. O local, mesmo reformado nos últimos três anos, não tem habilitação para eventos de porte.

No ano passado, a Federação In­­ternacional de Handebol não aprovou o histórico espaço como sede de jogos do Mundial, que foi para São Paulo. "É um ginásio ultrapassado, que precisa se adaptar às novas necessidades do esporte, como, por exemplo, não ter as vias de acesso às cadeiras passando pela frente da quadra", explica o secretário estadual de Esportes, Evandro Rogério Roman.

A última vez que esteve lotado foi em setembro de 2010, para três jogos da seleção de vôlei masculina de vôlei. Na ocasião, a Confederação Brasileira se responsabilizou sobre alguns detalhes físicos.

São José dos Pinhais viu a brecha. "Nunca foi nosso plano concorrer com a capital e, sim, oferecer o melhor para nossa cidade e atrair grandes investimentos esportivos", garante o secretário de esportes do município, Cláudio Padilha.

"O Ginásio Afonso Pena está preparado para receber eventos internacionais, e, junto a outros três ginásios de São José Pinhais, foi aprovado pelo Comitê Organiza­­dor dos Jogos Olímpicos de 2016 para receber delegações que virão se aclimatar no país", segue.

O jogo de abertura da praça esportiva ainda não foi definido. "Queremos trazer uma partida da Superliga de Vôlei ou uma com o Giba e seus amigos", diz o diretor de esportes, Clésio Prado, primeiro parceiro do jogador de vôlei de praia Emanuel.

O uso da estrutura no bairro mais populoso da cidade (cerca de 13 mil moradores) também está sendo negociado. "Queremos trazer um time de voleibol ou apostar no nosso time de futsal [o São José dos Pinhais foi 14º lugar no Para­­naense Série Ouro de 2011], oferecendo essa estrutura e atraindo patrocinadores", projeta Padilha.

A presença de uma equipe competitiva é ponto crucial para justificar o investimento de R$ 12 milhões na construção do equipamento esportivo.

"Será mais fácil acertarmos com um time de futsal. No vôlei, temos boas conversas com o Giba, que deve deixar a seleção brasileira depois da Olimpíada de Londres [em agosto], e com o Emanuel, com quem joguei. Ambos, há tempos, mostram o interesse em trazer uma equipe forte do esporte para Curitiba", diz Clésio.

Na avaliação política, os nomes de dois campeões olímpicos vinculados à edificação podem ajudar a trazer o investimento da esfera privada para manter a equipe em São José dos Pinhais. "O custo mensal de manutenção da estrutura é em torno dos R$ 30 mil, que podem ser bancados pelo município, já que vai ser utilizado também pelos projetos de atividade esportiva para crianças e jovens. O que precisamos é do patrocinador para bancar o time profissional", fala o secretário.

A verba pública para o município é de causar inveja não só a outras cidades, mas também ao go­­verno estadual. São José dos Pi­­nhais tem um orçamento anual para o esporte de R$ 7 milhões. A au­­tarquia estadual Paraná Espor­­te, este ano elevada ao status de Se­­cretaria Estadual, teve a mesma quantia para aplicar no ano passado.

"Desse montante, investimos 70% no pagamento de folha salarial. Em 2011, recebemos R$ 14 milhões, já que tivemos superávit nas receitas do município e o prefeito autorizou a destinação da verba extra para projetos no Esporte", festeja Padilha.

Apesar de São José ser um dos principais polos industriais do estado, a cidade carece de investimento privado no esporte. "Das montadoras automotivas [Audi, Renault e Nissan], por exemplo, não há nenhum apoio a projetos esportivos da cidade", lamenta o secretário de esportes.

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