Prêmio de consolação

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Atlético e Paraná sonharam por sete meses com a Libertadores. Se agarraram na mais remota esperança de classificação até o último instante. Só desistiram quando Fluminense e São Caetano (e a matemática), no meio da semana passada, colocaram um ponto final na pretensão da dupla de disputar o principal torneio de clubes da América na próxima temporada. A solução, agora, é se contentar com a Copa Sul-Americana.

Espécie de Segunda Divisão continental, a competição ainda não caiu no gosto popular. Criada em 2002 para rivalizar em importância com a Libertadores, é comum ver clubes tratando o torneio com menosprezo (leia-se escalando times reservas).

A atitude dos brasileiros incomodou a Conmebol. A entidade ameaçou bloquear o pagamento das cotas de quem escalar seu "expressinho". De acordo com os clubes, é justamente o aspecto financeiro a principal vantagem da Sul-Americana. Neste ano, o campeão receberá uma premiação de US$ 795 mil e o vice ficará com US$ 695 mil. Isso sem contar a renda com bilheteria. No total, serão divididos US$ 5,04 milhões entre os 34 participantes. Quanto mais longe a equipe for, maior será a premiação.

Na Vila Capanema, a competição é vista como prêmio de consolação pela boa performance da equipe, nona colocada com 51 pontos. "Nossa campanha até aqui foi planejada em cima de uma vaga na Libertadores. Porém os últimos resultados (quatro derrotas) nos deixaram sem chance. A meta agora passa a ser a Sul-Americana", afirmou o técnico Luiz Carlos Barbieri, que calcula a conquista de mais sete pontos como o suficiente para se classificar na competição.

Para o zagueiro Daniel Marques – emprestado pelo Palmeiras até o fim de dezembro –, a chegada ao torneio também pode evitar um desmanche no fim do ano. "Todo mundo quer ter no seu currículo um torneio internacional. Só participam da Sul-Americana as melhores equipes do Brasil."

Com a mesma pontuação do rival, o Atlético pretende manter a rotina de disputar torneios continentais, algo comum nos últimos cinco anos. "Queríamos muito voltar à Libertadores e tentar buscar o título que escapou este ano. Como ficou complicado, não podemos perder a chance de disputar a Sul-Americana e manter o clube em evidência", disse o lateral-esquerdo Marcão.