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Era quanto o clube destinava de cada mensalidade paga no plano Eternamente Coxa à empresa Novo Traço. Inicialmente defendido, o projeto acabou condenado pela própria diretoria, que prometeu mudá-lo para 2010.
A nossa retrospectiva
Fim de ano traz o obrigatório ritual da reflexão e da projeção. Reflexão sobre tudo o que foi feito nos 12 meses anteriores. Projeção daquilo que pode melhorar nos 12 seguintes. É seguindo essa lógica que a Gazeta do Povo Esportiva de hoje foi concebida. Uma edição especial, com o melhor e o pior de um ano de trabalho duro para quem cobre esporte.
Marcelinho Paraíba, Carlinhos Paraíba, Ariel, Leandro Donizete, Vanderlei, Marcos Aurélio. No papel, um elenco respeitável, capaz de fazer o Coritiba sonhar alto no Brasileiro. Na prática, o grupo marcado por um dos maiores vexames da história do clube: ser rebaixado à Série B no ano do centenário. Sempre à espreita do Coxa, o risco de queda jamais pareceu ser muito levado a sério no Alto da Glória. Enquanto a matemática ainda registrava cinco perigosos pontos de margem para a ZR, o clube já falava em Sul-Americana, talvez até em uma arrancada improvável que resultasse na Libertadores. O que se viu na verdade foi um time apático, que se encolheu à medida que o campeonato aproximou-se do fim. Marcelinho Paraíba foi o símbolo deste movimento de caranguejo. Destaque até o meio do ano, o camisa 9 recebeu R$ 500 mil adiantados para prorrogar o contrato por mais seis meses. Depois do acordo, digno de nota, só o gol olímpico contra o São Paulo e a boa atuação diante do Náutico. Marcelinho parou. O Coritiba parou. A diferença é que o meia passará 2010 no São Paulo, jogando a Libertadores. Já o clube estará na Segundona pela terceira vez em cinco anos.
Crucificado - 22% (foto 1)
O rebaixamento já era motivo suficiente para macular o centenário alviverde. Mas a queda em campo foi apenas uma pequena parte da maior vergonha da história do clube. Tão logo Leandro Vuaden encerrou o 1 a 1 entre Coritiba e Fluminense, o jogo do rebaixamento, o gramado do Couto Pereira foi invadido por dezenas de torcedores, quase todos integrantes da Império Alviverde. O primeiro alvo foi o próprio árbitro. Depois, policiais. Suportes de placa, cadeiras, bancos e tudo mais que pudesse virar arma foram arremessados no campo. Uma batalha que durou mais de 10 minutos. Deixou 20 feridos, alastrou-se pela cidade e resultou em 18 prisões. Tragédia anunciada. Dias antes do jogo, a organizada havia avisado que quebraria o estádio e caçaria o presidente Jair Cirino em caso de rebaixamento. O alerta, porém, não bastou para que se montasse um esquema de segurança eficaz. Dois dias depois do ocorrido, Cirino anunciou o rompimento com a organizada e que sua gestão transformou em estrela do jantar do centenário. O castigo definitivo veio no STJD. No julgamento em primeira instância, interdição do Couto Pereira, 30 mandos de campo perdidos e multa de R$ 610 mil. O Coritiba saiu de joelhos do ano mais esperado de sua história.
Torcida de verdade - 15% (foto 2)
Se a organizada tratou de transformar o noticiário de fim de ano no Alto da Glória em cobertura policial, uma iniciativa de torcedores comuns virou marca do Coritiba em 2009. Com luzes, papel picado e muita fumaça verde, o Green Hell nasceu como festa obrigatória em grandes jogos. Da estreia contra o Inter à triste saideira contra o Fluminense, o espetáculo manteve-se invicto. Pena que só voltará a ser visto no Couto Pereira em 2011.
Suspiro - 3% (foto 3)
A chave era indigesta, com Santos e Botafogo. Mas a queda dos dois alvinegros abriu o caminho para o Coritiba chegar pela terceira vez à semifinal da Copa do Brasil. Derrotado por 3 a 1 pelo Inter, em Porto Alegre, o Coxa precisava de dois gols para ir à decisão. Fez um, com Ariel, e parou por ali. A eliminação honrosa orgulhou a torcida, mas causou problemas a médio prazo. Em nome da participação no torneio, René Simões escalou time misto contra Goiás e Santo André, partidas do Brasileiro em que o time foi derrotado em casa, pontos que fizeram falta mais tarde, na conta do rebaixamento.
Festa dos 100 anos - 2% (foto 4)
O dia 12 de outubro marcou o reencontro do Coritiba com sua história. Uma festa que começou nos primeiros minutos do dia, com show de fogos no Couto. E avançou pelo dia, tendo como ponto alto a inauguração do Espaço 100 Anos museu concebido pelo grupo Helênicos. As festividades foram prejudicadas com o cancelamento do show de aniversário, que mudou de data, de atrações e existiu somente na camisa que anunciava Skank e Cláudia Leitte para setembro.
Perdeu para si mesmo - 2% (foto 5)
Investimento alto, empolgação pelo centenário, rivais combalidos pela participação ruim no Nacional anterior. O título estadual parecia feito para o Coritiba. E o clube fez questão de jogá-lo no lixo. Primeiro com Ivo Wortmann, depois com René Simões, o Coxa em momento algum chegou a ser confiável. A empolgação das vitórias sobre Paraná (2 a 0) e Atlético (4 a 2) perdeu-se logo na partida seguinte, com exibições medíocres. O terceiro lugar deixou evidente que o bom elenco não virava um bom time.