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Foi em 20 de setembro que tudo começou, conforme o vice de futebol gremista Antônio Vicente Martins revelou na última sexta-feira (7). Desde a data que marca na história do Rio Grande do Sul a celebração da Revolução Farroupilha, o Grêmio negocia com o empresário Assis para tentar a contratação de Ronaldinho Gaúcho. Ou melhor, negociava.

Na tarde deste sábado (8), o presidente tricolor Paulo Odone anunciou a desistência oficial do clube. A tentativa de reconciliação com Ronaldinho teve fim após praticamente quatro meses de exaustivas conversas, iniciadas antes mesmo desta diretoria ser eleita, em outubro, ou empossada - o que aconteceu apenas em dezembro.

"Depois de dois dias com reunião dos nossos advogados, com tudo acertado, esperando apenas o Assis e o Ronaldinho chegarem para assinar o contrato, ontem de noite surgiu mais uma novidade. O Milan está negociando, a Traffic está garantindo o pagamento da multa ao Milan. A gente já tinha negociado o pagamento dessa multa ao Ronaldinho, já tínhamos acertado isso com o Assis. Quando nosso vice presidente tentou negociar isso novamente com o Assis, eu disse que isso tinha passado dos limites. O Grêmio chegou ao seu limite, eu encerrei as negociações, foi comunicado ao Assis isso, está acabado. Ele pode fazer mais propostas, mais negociações, mais leilões, sugiro que ele procure o Corinthians também. Chegou contrato do Palmeiras, do Flamengo, e não era isso o que eu queria. Comunicamos ao Assis, está encerrado o assunto Ronaldinho Gaúcho no Grêmio."

Odone entrou na sala às 15h28m, acompanhado de Vicente Martins e do assessor de futebol César Cidade Dias, principais articuladores do Grêmio na negociação. E começou a falar, com semblante abatido, assistido pelos dois dirigentes, não menos acabrunhados. Primeiro, resumiu a negociação.

"Há alguns meses o Assis nos procurou dizendo que o Ronaldinho queria jogar no Grêmio, para jogar a Copa do Mundo, morar em Porto Alegre, no time do coração, encerrar a carreira aqui e poder viver no meio dos gremistas. Falou-se que o Flamengo tinha interesse, mas Assis nos referiu que Ronaldinho tinha vontade de jogar no Grêmio, morar em Porto Alegre. Isso nos motivou a dar livre curso para dar sequência nas negociações. Batemos o martelo no momento de ser brindado em uma taça com o Assis, eu na frente dele, e nosso vice Ricardo Vontobel junto, após uma negociação complexa (fato que aconteceu em 19 de dezembro). Para vocês terem uma ideia, hoje quando nosso advogado nos deu a versão final do contrato, era a versão sete. Nenhuma mudança proposta pelo Grêmio, sempre por ele."

Odone reiterou que o amor estava à frente de tudo. E disse que gosta das coisas "limpas e abertas".

"A torcida aprovou, o Grêmio não estava trazendo um craque, mas sim uma pessoa com relação de amor pelo Grêmio. Confesso que uma das maiores frustrações minhas foi aquela entrevista do Ronaldinho falando do Grêmio, do Flamengo, do Palmeiras. Não era isso que eu queria. O Grêmio não queria trazer um jogador do mercado, porque não tem dinheiro para isso. Eu queria ver no olho dele o amor e a vontade de jogar pelo Grêmio. Se ele vier um dia dizer que se arrepende, que quer jogar no Grêmio, pode ser que alguém aceite negociar de novo. Eu não vou dizer quem. Não guardo rancor. Lamentavelmente virou um assunto de mercado, e para um assunto de mercado o Grêmio não pode ser irresponsável", lamentou.

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