Entrevista
Renan Rocha, goleiro do Atlético.
Como ficou o time após a derrota para o Bahia?
Nós estamos tentando manter o mesmo moral. Não tem como desistir, nem passa pela nossa cabeça. Vamos lutar até o final. Os resultados nos ajudaram na última rodada. Quem estava atrás, perdeu ou empatou. O Ceará, que está um pouco na frente, também tropeçou. Mas precisamos fazer a nossa parte. Tudo está nos favorecendo para sairmos desta situação.
Não está faltando ajuda dos atacantes na marcação?
Nós estamos lá atrás fazendo o máximo para não tomar os gols, seguramos o tempo que dá. Chega uma hora que acaba sobrecarregando. Mas eu tenho certeza que neste jogo vamos conseguir fazer o gol, segurar a bola na frente, como o Lopes pediu, e sair com a vitória.
Entre vocês, qual é a conversa e a tática para se livrar do rebaixamento?
Nós procuramos fazer logo os pontos para sair o mais rápido desta situação. A ideia é chegar lá na frente [nas últimas rodadas] e não depender de ninguém. Se fizermos o nosso trabalho vamos conseguir sair da zona de rebaixamento.
Já começa a bater o desespero?
Desespero não, mas temos de errar menos. Teremos de ter um aproveitamento que não tivemos no campeonato todo. Precisa ser muito melhor e nós temos a confiança que vamos conseguir. (RM)
Fluminense
Abel Braga completará 100 jogos hoje no comando do Fluminense. E deve alterar a equipe, optando por uma formação com três zagueiros e cinco meio-campistas. Neste caso, quem pode reaparecer no time titular é o volante Diguinho, para a saída do argentino Lanzini.
Vencer em casa é obrigação. Ganhar diante da torcida, quando se está na zona de rebaixamento, se torna necessidade. Com essa pressão, o Atlético encara o duelo das 18 horas, na Arena, ante o Fluminense.
São cinco jogos, quatro pelo Brasileiro e um pela Sul-Americana, sem vitórias como mandante. Neste Nacional, o desempenho na Baixada serve para explicar a atual situação do clube apenas o 18.º colocado na tabela.
Até agora foram três triunfos, seis empates e três derrotas. Um aproveitamento de 41,6% melhor apenas que Avaí (27%) e América (35%). O Ceará, primeiro time fora da ZR, tem 58%.
A última vez que os atleticanos saíram sorridentes do estádio foi há mais de um mês, no dia 17 de agosto, quando o Furacão superou o Cruzeiro por 2 a 1.
Mas por que o time não tem conseguido vencer na Arena? O gramado, muito ruim nesta temporada, já foi apontado pelo atacante Guerrón como um dos motivos. Outro seria a própria situação claudicante do time no campeonato.
"Às vezes eu acho que a ansiedade atrapalha um pouco. Nós buscamos o resultado, não sai o gol, ficamos mal e acabamos nos atropelando mesmo. Se tivermos um pouco mais de tranquilidade e a torcida ajudar, vamos conseguir o resultado", confia o goleiro Renan Rocha.
A falta de calma dos jogadores não é por acaso. Tendo ficado apenas uma rodada fora da ZR, a cada jogo os rubro-negros veem mais de perto a Segunda Divisão. Uma pressão que afeta até a vida particular dos atletas, como desabafou ontem o meia Cléber Santana, que retorna de suspensão no duelo de hoje.
"Nós, jogadores, sentimos muito, conversamos no dia a dia isso. Não podemos sair com a família, não podemos fazer nada porque olham meio que de lado, desconfiam do nosso futebol", diz o armador, que deve deixar o lateral Héracles no banco, com Marcelo Oliveira sendo deslocado para a lateral esquerda. Gustavo, suspenso, e Edilson, com dores no joelho, dão lugar a Rafael Santos e Wagner Diniz, respectivamente.
Para recuperar a credibilidade perdida com a torcida, a vitória hoje contra o Fluminense e na sequência contra o Internacional, também na Arena, são tidas como fundamentais. "Temos de pontuar o mais rápido possível porque destes 13 jogos restantes temos de ganhar oito", avisa Santana.
Caso consiga este objetivo o Atlético chegará a 47 pontos, marca apontada pelo matemático Tristão García do site Infobola como ideal para o time manter-se na elite.
Já o técnico Antônio Lopes aposta que com 45 o ano acaba bem para os rubro-negros. "Nós temos 39 pontos para disputar. Estamos com 23. Se fizermos mais 22 estaremos tranquilos. E é isso que temos de mostrar para a rapaziada. Estamos dentro, só depende da gente", avisa.
"É só concluir as situações límpidas de gols que surgirem", segue o comandante. Como mais sete jogos, contando com o de hoje, serão na Arena, 21 pontos podem ser conseguidos se o fator casa voltar a fazer a diferença.
Ao vivo
Atlético x Fluminense, às 18 horas, no tempo real da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/esportes).
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