"Em todo lugar que a gente vai apitar, dirigentes e comissão técnica chegam falando que tem árbitro fazendo isso ou aquilo. Quando muita gente diz a mesma coisa, é preciso ficar atento". As palavras do árbitro paranaense Sandro Schmidt são duras e mostram preocupação com a propina supostamente paga à arbitragem da Série Prata. "Minha maior preocupação é que a nossa imagem seja manchada depois de tanto esforço para limpá-la", explicou o juiz , não descartando a existência de "frutas podres na categoria", mas exigindo a apuração dos fatos pela comissão de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol.
Ao contar que já cansou de ouvir pessoas ligadas aos clubes, antes dos jogos, levantando dúvidas quanto às intenções de outros árbitros, ele fez uma ressalva. "Não dá para saber se é verdade. Tem gente que usa isso como forma de nos pressionar, de tentar tirar algum benefício em campo", comentou.
Já o árbitro Francisco Carlos Vieira mostrou reação mais agressiva. "Isso não pode ficar assim. Vou processar esse cara (Sílvio Gubert, presidente do Conselho Deliberativo do Operário). Ele está brincando com gente séria", disse.
Nilo Neves de Souza, que também apitou jogos do Fantasma no torneio, usou o baixo valor do suborno para desqualificar a acusação do dirigente. "Se alguém fosse capaz de se vender, não seria por mixaria. Teria de ser para nunca mais precisar apitar um jogo", afirmou ele, que anulou o gol de empate do Prudentópolis contra o Operário, no último dia 14, aos 47 do segundo tempo. "A tevê mostra claramente a falta no goleiro", se defendeu.
O presidente da Comissão de Arbitragem, Valdir Souza, estava viajando ontem e não foi encontrado pela reportagem.
O preço
R$ 32 milO valor que o Operário supostamente pagaria para que os árbitros ajudassem o time ao longo da primeira fase da Série Prata.
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