Pressão toma conta do caldeirão atleticano

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O caldeirão ferveu. A derrota para o Operário, na quarta-feira, e o sétimo lugar no Estadual ainda continuam reverberando e serão sentidos no jogo de amanhã, contra o Roma. O clima tenso é perceptível tanto dentro quanto fora do gramado. Em campo, a principal novidade para o próximo jogo é a escalação do volante Fran­­sér­­gio no lugar de Deivid. Fora dele, a ausência de Madson.

A presença de Fransérgio chamou a atenção justamente porque o jogador não vinha nem sequer sendo relacionado para o banco de reservas. De­­pois de ser emprestado ao Pa­­ra­­ná no ano passado, ele fez parte do que o presidente Mar­­cos Malucelli chamou de "time C", que recentemente fez uma ex­­cursão pela Tanzânia, na África.

Coincidência ou não, a op­­ção pelo ex-renegado ocorreu no mesmo dia que o volante Clai­­ton deu uma entrevista dizendo que estava na melhor forma e à disposição do treinador. Um dos maiores salários do elenco, o atleta não vem sendo utilizado neste começo do ano, mas Soares negou qualquer interferência externa.

"Não tem problema. O Claiton está aí, treinando. É uma opção", resumiu-se a dizer o técnico, que justificou a presença surpreendente do novo segundo volante. "O Fransérgio é um atleta do clube. Ele fez parte da excursão [para Tan­­zãnia] e tenho um relatório de que o jogador foi muito bem. Eu entendo que merece uma oportunidade. O critério é esse", justificou ele, que segue pedindo a contratação de mais um jogador para o setor de marcação.

Soares aproveitou também para confirmar que o nervosismo, mais evidente após a derrota para o Fantasma, rendeu uma punição para o zagueiro Manoel e para o meia Iván González, expulsos em Ponta Grossa. "Eles foram multados. A atitude deles não condiz dentro do perfil daquilo que nós trabalhamos. A expulsão do Manoel foi absurda", ressaltou o técnico. Gabriel, escolhido para substituir o camisa 3 amanhã, será a outra novidade da equipe.

Fora de campo, o assunto que irritou os dirigentes atleticanos diz respeito ao comportamento do meia Madson. Após ficar de fora na última rodada por causa de uma amigdalite, o atleta não treinou ontem. Segundo o departamento médico do clube, o meia melhorou, mas ficou treinando em separado no CT do Caju. "Se ele acordar amanhã [hoje] sem febre, pode ir para o jogo", explicou o médico rubro-negro Luís Enede.

Porém, o que esquentou mesmo os ânimos, foi um boato de que Madson teria ido para o Rio de Janeiro no começo da semana e ficado doente lá. Cansado de atender o telefone para negar esta situação, produzida muito por causa do histórico do atleta, o gerente de futebol atleticano, Ocimar Bolicenho, revoltou-se. O dirigente afirmou que não atenderá mais aos jornalistas fora da janela da imprensa, que ocorre duas vezes por semana somente. Mais um indício de que apenas uma vitória amanhã, e a consequente reabilitação, diminuirá a pressão do caldeirão.