Personagem
Em litígio com o Paraná, Clênio estreia no ataque do Operário
Em menos de duas semanas, Clênio enfrentará o Paraná pela segunda vez. No primeiro encontro, dia 5 de fevereiro, vestindo camisa e sapato sociais, o atleta conseguiu, na Justiça, o direito de assinar com outro clube enquanto aguarda a conclusão da ação em que reclama atraso no pagamento de salários pelo Tricolor. Nesta quarta, a partir das 19h30, ele vestirá pela primeira vez a camisa 9 do Operário com a missão de ajudar o clube a vencer a segunda partida seguida no Estadual.
"Não preciso nem explorar essa situação com o Clênio. Ele sabe o que tem de fazer. Agora, posso te dizer que, se fizer gol, ele vai comemorar muito", diz o técnico Norberto Lemos.
Além da gana do centroavante, o treinador aposta no seu próprio histórico. Ano passado, pelo Rio Branco, derrotou o Paraná na Vila Capanema. Na segunda rodada da edição atual, foi à Baixada e venceu o Atlético com o Operário. Repetirá a mesma receita no jogo desta noite.
"O negócio é impedir o ímpeto do adversário no primeiro tempo", sugere.
Poupado na última partida para "esfriar a cabeça", Danilo reassume a camisa 1 no lugar de Osmar. Baiano, com lesão no tornozelo, segue fora do ataque. No meio, a esperança é Marcelinho, autor do gol do último título estadual do Paraná, em 2006.
A partir de agora, cada rodada é decisiva para o Tricolor no Campeonato Paranaense. O histórico do clube nas duas últimas temporadas mostra que, do oitavo jogo em diante, se os resultados não aparecerem, mudanças estão mais propícias a acontecer na casa paranista. Portanto, quando entrar em campo nesta quarta-feira, às 19h30, diante do Operário Ferroviário, na Vila Capanema, a equipe do técnico Marcelo Oliveira, ao mesmo tempo em que busca sua recuperação no torneio não vence há quatro partidas pelo Regional , terá de saber lidar com essa pressão extra.
"A cada oportunidade perdida, aumenta a responsabilidade e o clima decisivo. A gente concorda com o empenho e dedicação dos jogadores, mas precisamos de um pouco mais de constância. E de pontos", aponta Oliveira, que, até aqui, com duas vitórias, três empates e duas derrotas, soma nove pontos e 43% de aproveitamento no Estadual.
Em 2008, o técnico Saulo de Freitas tinha campanha idêntica à do atual comandante antes de enfrentar o Iraty, pela oitava rodada. Perdeu em casa, por 2 a 0, não resistiu e foi substituído por Paulo Bonamigo.
No ano seguinte, Paulo Comelli, apesar do baixo desempenho, durou dez partidas. Até o sétimo duelo, somava duas vitórias, um empate e quatro derrotas. Caiu após o tropeço para o Nacional, também por 2 a 0, na décima rodada. Quem assumiu foi Wagner Velloso, que ficou apenas até o fim do Estadual.
Desta vez, a situação parece ser diferente. Mesmo aumentando a cada tropeço, a pressão sob os ombros de Oliveira não é tão intensa quanto nos dois anos anteriores. A própria diretoria do clube já avisou que o Paranaense é somente um laboratório para formar a equipe que disputará o principal objetivo da temporada: a Série B.
"O trabalho está sendo da maneira que foi traçado pela diretoria. Só que o futebol anda junto com resultado. E como ele não está vindo, o trabalho do Marcelo (Oliveira) e dos jogadores não aparece", diz o meia-atacante Márcio Diogo, que diante do Fantasma fará dupla de ataque com Marcelo Toscano.
A transformação de trabalho em resultado, no entanto, depende essencialmente de gols. Para isso acontecer, a pontaria tricolor vai precisar melhorar muito.
"Eu estou muito tranquilo em relação a tudo. Não sou de me queixar. Se uma ou duas bolas tivessem entrado, o trabalho seria excepcional e estaria tudo certo", diz o comandante. "Não é possível que um time que se dedica tanto esteja nessa condição", fecha o treinador, que, com um triunfo nesta quarta, diante da torcida, espera inaugurar uma nova fase na Vila Capanema.
Ao vivo
Paraná x Operário, às 19h30, no PFC e no tempo real da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/esportes).
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