Vice-presidente da Abdib, Ralph Lima Terra, conversa com Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, ao lado do prefeito reeleito Beto Richa.| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

A avaliação

Segurança – a avaliação é de que Curitiba é uma cidade segura, capaz de oferecer aos turistas tranqüilidade e conforto. A medida recente do governo estadual, que aumentou o valor destinado ao setor, também conta pontos a favor da capital paranaense.

Mobilidade urbana – de acordo com o vice-presidente da Abdib, Ralph Lima Terra, a facilidade que o turista tem para se movimentar pela cidade é o grande ponto positivo da candidatura paranaense. O projeto do metrô, que deve começar a sair do papel em 2009, agradou ao grupo.

Transportes – é o setor mais crítico de Curitiba. Terra cobrou investimento para que o aeroporto Afonso Pena fique "aberto 24 horas por dia" durante o Mundial.

Hotelaria – a cidade tem aproximadamente 18 mil leitos disponíveis, número que atende às exigências da Fifa. Só falta os empresários do setor se comprometerem a deixar todas as vagas à disposição do Mundial.

Saúde – a proximidade da Arena a hospitais e postos de saúde conta a favor.

Comunicações – o setor recebeu elogios no relatório preliminar da Fifa.

Estádio – a Baixada é o estádio que está mais próximo de se adequar as exigências da Fifa. O fato de ser a única Arena, em formato retangular, entre as 18 concorrentes agradou à entidade.

Política – As rixas parecem ter sido deixadas de lado.

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Reunião a portas fechadas fez parte do roteiro de avaliação de Curitiba.
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Falta muito pouco para Curitiba ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Ao menos em infra-estrutura. Essa é a primeira análise da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib).

Quatro representantes da consultoria contratada pela CBF e o Ministério dos Esportes para analisar e orientar as cidades que disputam a indicação para receber jogos do Mundial no Brasil estiveram ontem na capital paranaense. E, mesmo com menos de um dia de visita, a impressão deixada foi boa.

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Em uma hipotética situação, se a Copa fosse realizada no mês que vem, Curitiba, tecnicamente, estaria em vantagem em relação às outras 17 concorrentes. "Fal-taria pouco a se fazer, com toda a sinceridade", afirmou Ralph Lima Terra, vice-presidente da Abdib, à Gazeta do Povo. "A primeira impressão que fica é muito boa. Acho que Curitiba tem todas as chances (de sediar a Copa). Não vejo nada aqui que não se possa resolver com investimentos", ressaltou ele.

A avaliação preliminar en-cheu de otimismo a comitiva local. Já há quem declare publicamente que a intenção a partir de agora é convencer a Fifa a marcar jogos de maior importância na Arena. Garantir ao menos um duelo das quartas-de-final, quando apenas as oito melhores seleções seguem no torneio, passou a ser o objeto de desejo do grupo.

"Estamos realmente muito otimistas", relatou o secretário estadual de Turismo, Celso Caron. "Não queremos ser somente uma sede, pensamos em trazer os principais jogos para cá. Nossa cidade é melhor do que as outras, então por que nos encobrirmos? O curitibano não sabe que tem a melhor capital do Brasil?", acrescentou o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Pe-traglia, que trabalha ainda para a instalação na capital do centro de mídia do Mundial.

Bairrismo à parte, o município ainda precisa avançar. Pouco, mas precisa. O único problema que salta aos olhos do analista da Abdib é a questão aérea, apontado como o maior defeito de Curitiba. "O aeroporto é um ponto fundamental. Não pode fechar dia nenhum em uma Copa do Mundo", afirmou Terra, durante a reunião ocorrida no Palácio das Araucárias, sede provisória do governo do estado, ontem pela manhã.

O consultor sugeriu que fosse seguido o exemplo de Londres, que, mesmo com um clima pior que o da capital paranaense, instalou em seu aeroporto equipamentos modernos que o deixam sempre funcionando, não importando a condição climática.

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Comandante da comissão local, o vice-governador Orlando Pessuti ouviu tudo em silêncio. Depois mostrou um vídeo com as belezas da cidade (pontos turísticos, miscigenação, transporte coletivo etc.) e saiu da sala com o discurso pronto: "Nosso aeroporto tem de funcionar 24 horas por dia. Já existe equipamentos para isso", cobrou, avisando que irá tomar providência para que o problema seja resolvido em um curto espaço de tempo.

Mas ele pretende ir mais além. Quer fazer com que o turista que chegue via aeroporto Afonso Pena não tenha uma primeira impressão negativa da cidade. Pessuti sonha em recuperar a área à margem do Rio Iguaçu, no limite com São José dos Pinhais, hoje ocupada por favelas. "Podemos fazer com que aquela região, que atualmente está degradada, se transforme em uma área ambiental, totalmente revitalizada."

O outro empecilho, ligado à falta unidade política do estado, reclamação antiga do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, também parece superado. Ontem, o discurso de todas as pessoas envolvidas na candidatura paranaense parecia afinado, indicando que os rachas internos acabaram. "Estamos todos marchando juntos. Cada vez eu me convenço mais de que a Copa será no Paraná", fechou Pessuti.