Alguns jovens de colégios municipais e estaduais do Rio de Janeiro ganharam há quase três anos a oportunidade de enxergar uma linha de chegada bem diferente do que provavelmente teriam anteriormente. O projeto Remo na Escola, do Clube de Regatas do Flamengo, envolve mais de 30 adolescentes, a maioria de comunidades carentes, que agarraram a oportunidade oferecida pelo clube, e hoje, já são vistos como atletas em potencial para o futuro do esporte no Brasil.
Desde o início do projeto, o professor de educação física Francisco Filho, o Chicão, visita escolas da rede municipal e estadual do Rio de Janeiro para explicar aos adolescentes sobre o esporte e sobre os benefícios da iniciativa. Os interessados se apresentam no clube e passam a fazer parte do grupo de remadores.
"O mais difícil do projeto foi vencer o preconceito. As pessoas olhavam de modo diferente para eles e criaram até o apelido de "Fome Zero" para o grupo. Mas hoje, o Remo na Escola é uma feliz realidade", diz, orgulhoso, Chicão, organizador do projeto.
No Remo na Escola, adolescentes de 11 a 20 anos praticam diariamente o esporte sem precisar pagar a mensalidade normal do clube e recebem ajuda de custo para o transporte. Aqueles que se destacam mais são aproveitados para a equipe de competição do clube. Como aconteceu com Ana Elisa Muniz, de 17 anos, que já foi até convocada pela Confederação Brasileira de Remo para participar do intercâmbio Brasil-França, no mês passado.
Marcos Amorim, técnico da equipe do Flamengo, aproveita para renovar sua equipe com os adolescentes do projeto.
"A renovação de atletas tem sido feita com essa garotada. E de qualquer maneira, mesmo que eles não se tornem remadores profissionais, com certeza sairão daqui com uma noção importante de convívio social e de disciplina", diz o técnico.
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