Brasília e Rio (AE) Um projeto aprovado na noite de terça-feira no Senado pode atrapalhar os planos de muitos cartolas brasileiros, que costumam negociar jogadores de futebol para clubes do exterior, independentemente de o atleta estar participando ou não de algum campeonato nacional. De autoria do senador Rodolfo Tourinho (PFL-BA), o projeto proíbe a venda, empréstimo ou qualquer tipo de cessão a times estrangeiros de atletas que atuem em clubes brasileiros que estejam disputando competições reconhecidas pela CBF.
Para virar lei, depois de passar pelo Senado o projeto precisa ser aprovado também pela Câmara dos Deputados e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas são grandes as chances de o projeto ser rejeitado pelo Congresso, sob a alegação de que a Constituição veta qualquer dispositivo que impeça um brasileiro de exercer suas funções. É a aposta dos opositores do projeto.
Tourinho argumenta que o "êxodo exagerado de jogadores para o exterior tem comprometido sensivelmente a qualidade das competições no Brasil". Ele classificou como "inadmissível o desmantelamento de equipes inteiras durante a disputa do Campeonato Brasileiro. "Isso frustra as torcidas apaixonadas, que são a alma do melhor futebol do mundo."
A idéia do senador também é proteger os clubes brasileiros do assédio de empresários estrangeiros. "A venda indiscriminada de jogadores tende a baixar ainda mais o nível técnico das nossas competições e mais cedo ou mais tarde vamos pagar algum preço por isso", disse Tourinho, assinalando que a conseqüência mais imediata pode ser a fuga de patrocinadores, que não vão querer investir num produto de baixa qualidade.
Oposição
No ano passado, 804 jogadores transferiram-se para o exterior e a sangria irá continuar se o projeto de Tourinho for vetado. Antes, outras idéias foram apresentadas, mas pararam no impedimento constitucional de se proibir um brasileiro de trabalhar.
A última vez que se tentou impedir a saída de jogadores não deu em nada. Em 2004, a CBF publicou uma Resolução de Diretoria (RDI) determinando, a partir de 2005, somente dois períodos fixos ao para os clubes poderem negociar jogadores sob contrato: entre 1.º de janeiro e 20 de fevereiro e entre 1.º e 31 de julho.
A idéia logo foi rejeitada pelos clubes e jogadores, que amparados pela Lei Federal ameaçaram a ir para a Justiça contra a entidade. Diante da ameaça de se desgaste e de ter de pagar multas por impedir o atleta de exercer sua profissão, a RDI não foi cumprida.
A CBF não fez comentários sobre o projeto de Tourinho, já que seu presidente, Ricardo Teixeira, está na Suíça participando de reuniões da Fifa.
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