Após fracasso no Pan e ausência no Mundial, Angélica Kvieczynski brilha no Brasileiro| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Ter para si todas as medalhas de ouro do campeonato. Longe de parecer egoísmo, foi o que a ginasta Angélica Kvieczynski, de To­­ledo, fez no último final de semana, no Campeonato Brasileiro de Gi­­nástica Rítmica, em Porto Ale­­gre (RS). A atleta da Sadia venceu em cinco categorias – fita, arco, corda e bola e na disputa de conjuntos. Assim, sagrou-se campeã individual da competição.

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Mas mal teve energia para comemorar. "Foi muito disputado. Ao final do domingo, eu e a equipe nem saímos do hotel para comemorar. A festa foi dormir", conta. Tampouco a família comemorou a volta da atleta. "Cheguei na madrugada de segunda (on­­tem). Estava todo mundo com muito sono". diz. "O que vale é a gratificação de subir ao pódio e ver que todo o suor que deixei cair valeu a pena", fala.

Hoje, Angélica retoma a rotina de nove horas de treinos diários. Neste ano, ainda disputa a 3.ª etapa do Circuito Caixa de Gi­­nás­­tica Artística e Rítmica, em Ara­­ca­­ju (SE), entre 11 e 13 de de­­zembro. Ela venceu as duas etapas an­­teriores.

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Na competição concorrem trios formados por dois atletas da ginástica artística e uma da ginástica rítmica. Angélica compete com Ethiene Franco e Péricles da Silva. Pelo título na última etapa, o time recebeu R$ 4,5 mil. A parte da atleta de Toledo já tem destino certo: "Comprei um carro. O prêmio vai ajudar a pagar."

Aos 18 anos, a ginasta comemora o bom fim de temporada. "2009 foi um ano turbulento. No co­­meço do ano, ganhei o Troféu Brasil. Mas não fui para o Mundial (em setembro, em que a seleção bra­­sileira ficou em 21.º lugar no conjunto e a melhor colocação in­­di­­vidual foi o 60.º lugar) porque machuquei o joelho duas semanas antes de embarcar para a Rús­­sia. Agora, felizmente, venci o Bra­­si­­leiro", contabiliza.

Este é o terceiro ano da ginasta na seleção brasileira. Em 2007, foi a atleta mais jovem a disputar a Ginástica Rítmica no Pan do Rio. Ainda inexperiente, acabou sendo a única atleta brasileira a deixar a competição sem subir ao pódio. No ano passado, não estranhou a ausência do seu nome na lista da equipe que disputou os Jogos de Pequim.

"Até então, estava ganhando ex­­periência. Não tinha esperança de ser convocada". Daqui para frente, os objetivos são audaciosos. "Em 2010, quero vencer o Sul-Americano. Em 2011, disputar bem o Pan de Guadalajara (México) e conseguir uma vaga para a Olim­­píada de 2012", diz.

A técnica da Sadia e da seleção brasileira nas provas individuais, Anita Klemann, afirma que Angé­­lica tem muito a mostrar.

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"Teremos ela chegando ao au­­ge nos Jogos Olímpicos de Londres. Queremos estender essa fase para a Olimpíada do Rio de Janeiro. Em 2016, ela vai ter 24 anos, idade em que as atletas estão na melhor fase", avalia.