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Roberto Senise Lisboa, promotor do Ministério Público de São Paulo, está mais do que convicto de que pessoas da Portuguesa sabiam da suspensão do meia Héverton, mas por algum motivo deixaram de passar essa informação à comissão técnica do clube. "Há indícios de alguém que tenha ganho alguma vantagem por sonegar essa informação. A questão é quem ganhou dinheiro com isso. A máfia no futebol não está restrita apenas ao apito, entendo que existem outras", disse, em entrevista exclusiva.

Antes da última rodada do Brasileiro do ano passado, o jogador recebeu uma suspensão de dois jogos – ele já tinha cumprido um. Com isso, não poderia enfrentar o Grêmio, pela última rodada, mas entrou em campo no segundo tempo, a Portuguesa acabou punida com a perda de quatro pontos e, com isso, rebaixada para a Série B, salvando o Fluminense do rebaixamento.

O promotor diz ter certeza de que aconteceu uma falha de comunicação dentro de clube. "Tenho prova testemunhal e documental disso. Está mais do que provado que a Portuguesa sabia do julgamento do dia 6 de dezembro e que também soube do resultado desse julgamento, mas isso não chegou à equipe técnica, ficou restrito apenas ao departamento de futebol e ao jurídico".

Segundo Manuel da Lupa, ex-presidente da Portuguesa, o clube recebeu no dia 3 de dezembro a comunicação de que o julgamento de Héverton seria no dia 6. "A publicação da decisão no site da CBF se deu em 9 de dezembro, às 18h45. A Portuguesa só recebeu a comunicação da decisão da suspensão de Héverton no dia 10", explicou o dirigente, em nota. "O ‘BID das Suspensões’, publicado no site da CBF, dava condição de jogo ao atleta para participar da partida contra o Grêmio".

O promotor vai continuar ouvindo pessoas envolvidas no episódio. "Estou ouvindo testemunhas quase todos os dias e há testemunhas importantes que ainda não foram ouvidas". Ele explica ainda que, por enquanto, não trabalha com um ou dois nomes de suspeitos.

Amanhã, o promotor terá um encontro com representantes da CBF para propor a eles um Termo de Ajustamento de Conduta, ou seja, a devolução dos quatro pontos à Portuguesa e a anulação do julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Se a CBF não aceitar, o que é altamente provável, o MP vai entrar com uma ação civil pública, levando o caso à Justiça. "Será uma audiência para firmar um compromisso sobre a legalidade do Estatuto do Torcedor".

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