O promotor Stefano Palazzi pediu nesta terça-feira, dia 4, à Comissão de Apelação da Federação Italiana de Futebol (CAF) o rebaixamento de Juventus, Milan, Fiorentina e Lazio.
A pena mais severa recai sobre o time de Turim. O promotor pede que sejam cassados os títulos nacionais conquistados pelo Juventus nas duas últimas temporadas e que o time seja rebaixado para a terceira divisão. Milan, Fiorentina e Lazio iriam para a segunda divisão, mas começariam a competição com pontuação negativa - três pontos para o time de Milão e 15 para os outros dois.
Os quatros clubes são acusados de envolvimento no escândalo de manipulação de resultados, que envolveria até árbitros. Vinte e seis pessoas são investigadas.
Palazzi pediu também que Franco Carraro e Luciano Moggi, respectivamente ex-presidente da Federação e ex-diretor-geral do Juventus, fiquem impossibilitados de assumir qualquer cargo esportivo. Já para Adriano Galliani, presidente da Liga Italiana de Futebol e vice-presidente do Milan, solicitou uma suspensão de dois anos.
O promotor afirmou durante a apresentação do pedido de punição que o objetivo dos clubes envolvidos era obter favores de árbitros.
- A verdadeira finalidade era designar arbitragens favoráveis aos clubes, que de vez em quando se beneficiaram deles. Em especial o Juventus.
Segundo Palazzi, havia um sistema "sofisticado" com o envolvimento de juízes.
Palazzi afirmou que há "provas inquestionáveis da intervenção na realização dos sorteios de juízes" para os jogos.
Já o pedido de rebaixamento para Lazio e Fiorentina foi fundamentado no fato de os clubes terem utilizado um esquema fixo para alcançarem seus objetivos e obterem favores arbitrais.
- Um esquema que se repete sempre nos jogos polêmicos. Há contatos antes das partidas entre os dirigentes dos dois clubes e os da Federação (Carraro, entre eles), seguidos de contatos com os responsáveis por designar a arbitragem - declara.
O promotor também disse que, em um terceiro momento, era feito um contato com o árbitro escolhido para o jogo e após a partida eram feitas ligações de agradecimento para aqueles que tinham se empenhado para garantir um determinado resultado.
Com relação ao Milan, Palazzi afirmou que Leonardo Meani - representante de arbitragem do clube milanês citado nas escutas telefônicas - é contratado pelo Milan, embora o clube sempre tenha dito que ele é um mero colaborador.
- Meani mantinha conversas telefônicas com os assistentes dos juízes - disse o promotor, que afirmou que Adriano Galliani aprovava a conduta do representante de arbitragem do Milan.