Aos 33 anos, Paulo Rink acredita que está voltando para casa no momento ideal. Ainda com bom condicionamento físico, tanto que nem pensa em se aposentar, ele encontrará o time, carente de ídolos, crescendo no Brasileiro. Depois de passagens por vários clubes do exterior e de ter chegado a vestir a camisa da seleção alemã (tem dupla nacionalidade), ele se diz experiente o suficiente para corresponder à enorme expectativa criada na torcida rubro-negra.
Rink está com a passagem reservada para amanhã, esperando apenas o ok do Atlético, que finaliza os procedimentos burocráticos, para embarcar e chegar a tempo de ver o jogo de domingo contra o Botafogo. Ainda em Nicósia, capital cipriota, ele conversou por telefone com a reportagem da Gazeta do Povo.O que representa para você voltar ao Atlético e ao futebol brasileiro?Minha intenção sempre foi essa, nunca escondi. Todo mundo sabe que me identifico desde criança com o Atlético, clube que me projetou, e sinto uma satisfação imensa de retornar. E o momento agora é muito legal. O time ganhou nas últimas três rodadas e está crescendo nas mãos do (técnico) Vadão. Estou muito feliz e ansioso por vestir a camisa rubro-negra novamente.Como foi a negociação?Muito rápida. Um empresário de São Paulo me perguntou se eu queria voltar para o Brasil. Depois disso liguei para o (presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso) Petraglia para saber se era uma pessoa confiável e ele mesmo sugeriu meu retorno. Conversamos duas vezes e acertamos. Não impus nenhuma dificuldade. Já pensando em voltar, tinha uma cláusula no meu contrato (com o Omonia Nicósia) que me permitia sair para qualquer clube do Sul do Brasil sem pagar multa rescisória.Você manteve contato com o Atlético nos nove anos em que atuou fora do país? Conhece algum jogador do elenco atual?Todo ano quando vou para Curitiba de férias visito o Atlético, por isso sei como andam as coisas no clube. Da última vez que estive aí, em maio, fui ao CT e conversei com alguns jogadores como o Fabrício e o Marcelo Silva, que jogou comigo no Santos. Até aproveitei para dar uma mão a ele, que estava chegando na cidade.Que diferença você vê entre o clube que deixou em 1997 e o que te espera agora?Nem se compara. A única coisa que permanece igual, e nunca vai mudar, é a paixão da torcida. A estrutura que o clube tem agora é muito maior, uma empresa, modelo no Brasil. Todos os setores funcionam muito bem. Meu contrato, por exemplo, chegou na CBF em três dias. Muito diferente de uma década atrás, quando poucas pessoas trabalhavam.Sua venda (para o Bayer Leversusen-ALE) e do Oséas (Palmeiras) contribuíram para montar essa estrutura. Como você vai se sentir jogando no estádio que "ajudou" a construir?Isso é passado. Não vejo as coisas por esse lado. O clube já tinha uma boa administração naquela época e foi por isso que conseguiu construir a Arena. Me sinto honrado de fazer parte desta história e já estou muito contente de voltar.Coincidentemente, seu companheiro de ataque pode ser o Denis Marques, que usa as mesmas trancinhas do Oséas. Pelo menos na aparência, vai dar para reviver a dupla que marcou época nos anos 90?Já me falaram isso (risos). Mas é cada um na sua época. Eu e o Oséas vivemos uma fase muito boa, que todos lembram com saudade, só que o futebol mudou, ficou mais dinâmico de dez anos para cá. Estou chegando pra ajudar e espero ser titular, seja quais forem os jogadores que o treinador escolher. Estou mais experiente agora e, acho que até por isso, a torcida vai exigir mais de mim.Você vai chegar pronto para jogar?Sim. Estamos no início da temporada aqui. Acabamos de fazer uma boa pré-temporada, continuo no meu peso ideal e jogando os 90 minutos. No último campeonato marquei 32 gols.No começo do ano você chegou a negociar para ser auxiliar-técnico do Lothar Matthäus no Atlético. Por que ficou no Chipre?Na época falei: se for para jogar estou aí amanhã. Hoje acho que tomei a decisão certa de não ir como auxiliar-técnico. Continuei jogando e marquei mais 18 gols em meia temporada. Além disso, da forma como o Matthäus saiu, não ficaria legal para mim. Agora estou indo como sempre quis: para ajudar a equipe dentro de campo. Ainda acho cedo para pensar em aposentadoria.
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