Manifestantes entraram em confronto com a polícia em Belo Horizonte| Foto: Sergio Moraes / Reuters
Protesto em Belo Horizonte, com presença de 60 mil pessoas, teve confronto entre manifestantes e a Polícia Militar
Policiais lançaram bombas de gás para impedir o avanço dos manifestantes
Partindo da praça Sete, no centro, a passeata chegou à região do estádio pela avenida Antonio Carlos
CARREGANDO :)

Policiais e manifestantes transformaram o entorno do Estádio Mineirão em uma praça de guerra no início da noite deste sábado (22), durante a maior passeata já realizada em Belo Horizonte. Segundo estimativa da Polícia Militar (PM), cerca de 100 mil pessoas tomaram as ruas da capital, mas o confronto ocorreu apenas com um pequeno grupo que participava do ato com os rostos tampados por máscaras de gás e até capacetes. Há outra manifestação marcada no local no próximo dia 26, quando a seleção brasileira disputará na cidade uma das semifinais da competição.

A confusão deste sábado teve início quando manifestantes chegaram ao cerco montado pela PM na avenida Abrahão Caram, próximo ao Mineirão, onde aconteceu a vitória do México sobre o Japão - apenas para cumprir tabela, pois as duas seleções já estavam eliminadas pela Copa das Confederações.

Publicidade

Durante o tumulto, vândalos fizeram barreiras em vias, nas quais atearam fogo e destruíram e saquearam ao menos uma concessionária que fica no local, na região da Pampulha. Homens da tropa de choque, da cavalaria e de outras unidades da PM, além de integrantes da Força Nacional de Segurança, usaram bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e tiros de balas de borracha para tentar dispersar a multidão, enquanto que os manifestantes atacavam a polícia com pedras, rojões, bombas caseiras e coquetéis molotov. No início da noite, a situação continuava tensa na região.

Pelo menos oito pessoas ficaram feridas em meio à confusão, sendo quatro policiais e quatro manifestantes. O estudante Caio Augusto, de 16 anos, caiu do viaduto José Alencar, que passa sobre a avenida Presidente Antônio Carlos, e sofreu fratura na perna e ferimentos na cabeça.

Manifestantes informaram que uma segunda pessoa teria caído da estrutura na noite deste sábado, mas ainda não havia confirmação. Ao menos uma pessoa foi presa, mas, às 20h40, até o fechamento desta edição, ainda não havia balanço oficial de prisões e feridos. A PM recomendava que os manifestantes que não estavam envolvidos no tumulto deixassem o local.

A concentração para o protesto teve início no fim da manhã na praça Sete de Setembro, no centro da cidade, e a manifestação transcorreu de forma pacífica até a chegada no entorno do Mineirão. Os organizadores do ato haviam combinado com a PM que a passeata passaria direto pelo local e seguiria em direção à Lagoa da Pampulha.