Figurante protesta contra a privatização do Maracanã. durante a cerimônia de encerramento| Foto: Paulo Whitaker/Reuters
Criança circula ao lado de Caveirão no entorno do estádio

A final da Copa das Con­­federações seguiu o roteiro de outros jogos do torneio, especialmente envolvendo a seleção. O efetivo de 10.600 policiais e 7.400 militares, 14 caminhões do Exército, com homens armados com fuzis, reforçou o clima bélico do torneio. Dentro do Maracanã a segurança também foi robusta, com 1.300 seguranças privados.

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A imensa repressão, no entanto, não conseguiu barrar os protestos que marcaram o evento. Um deles conseguiu alcançar o gramado do estádio, durante a cerimônia de encerramento. Em dado momento da festa, um dos figurantes exibiu uma faixa com os dizeres: "Imediata anulação da privatização do Maracanã". Rapidamente, o componente foi retirado.

Fora da praça esportiva, uma manifestação que iniciou no bairro da Tijuca entrou em choque com os policiais pouco antes de a bola rolar. Foram arremessadas bombas em direção do bloqueio e a Avenida Maracanã se transformou em palco de guerra. Cerca de cinco mil pessoas participaram do ato.

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Ainda pela manhã, um grupo de 30 pessoas ligadas à Frente Nacional dos Torcedores invadiu o prédio onde irá funcionar a nova sede CBF. Os manifestantes protestaram contra o presidente da entidade José Maria Marin, alvo de faixas e coros como "Marin ditador" e "fora seu canalha, nós vamos derrubar o ‘Zé Medalha’".

A insatisfação em relação aos gastos públicos com a Copa encorpou a lista de reivindicações pelo país e ganhou forma desde a estreia da seleção em Brasília, contra o Japão. Manifestantes fecharam a avenida ao lado do estádio ateando fogo em pneus e houve enfrentamento com a PM.

O crescimento da marcha popular fez os jogadores da seleção expressarem apoio em Fortaleza. No jogo contra o México, a polícia armou barreiras distantes do Castelão. Não conseguiu, contudo, impedir o confronto. Dentro do estádio o patriotismo contagiou a todos com a torcida continuando a cantar o hino nacional após o fim da execução oficial.

Ontem, no jogo de 3º lugar, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, foi vaiado por cerca de 43 mil pagantes que estavam no estádio da Fonte Nova durante a cerimônia de premiação da Itália.

Depois de ser vaiada na abertura, a presidente Dilma Rousseff foi aconselhada por aliados a não marcar presença na final – o ato foi considerado deselegante pela Fifa.

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