Opinião
O problema é fora de campo
Dentro das quatro linhas, a crise rubro-negra tem solução. A vitória contra o fraco Rio Branco de Paranaguá (10º colocado na tabela) mostrou que com a chegada de Geninho e novas contratações, que devem ser pedidas pelo técnico o Furacão deve se acertar para competir pelo título do segundo turno e do Paranaense. Apesar do vexame no Acre, também não deve ter dificuldades para passar de fase na quarta-feira pela Copa do Brasil (basta vencer pelo placar mínimo).
A tempestade que tomou conta do Atlético na última semana na verdade provou que o problema do clube está fora de campo. Com alguns setores insatisfeitos com a administração de Marcos Malucelli, os resultados estão sendo utilizados como pretexto para antecipar a eleição do final do ano, algo que a atual gestão tentou evitar, mas não conseguiu.
Como o próprio ex-presidente Mário Celso Petraglia disse à Gazeta do Povo recentemente, as duas questões principais estão na definição nos próximos meses de assuntos relacionados à reforma da Arena visando a Copa do Mundo de 2014 e o dinheiro pago pela televisão pelos próximos Brasileiros. Não é uma vitória, nem cinquenta, que irão mudar isso.
Robson Martins, repórter
No jogo do Atlético com o Rio Branco, vencido pelo Furacão por 2 a 0, chamou atenção a insatisfação da torcida. Depois das derrotas no Atletiba e para o Rio Branco-AC, grande parte dos torcedores protestou não indo à Arena, fazendo com que os 6.853 pagantes fosse o pior público do clube em casa neste ano.Aqueles que foram ao estádio na última rodada do primeiro turno também mostraram uma dose de indignação. Antes da partida, cerca de 100 torcedores esperaram a chegada dos jogadores com faixas e cartazes pedindo um futebol melhor dos atletas. "Respeitem esta camisa" ou "Pipoqueiros" eram os lemas.
Na ocasião, novamente sobraram críticas ao presidente Marcos Malucelli e para o gerente de futebol Ocimar Bolicenho. Os dois no único ato desordeiro tiveram a saída pedida em uma pichação feita no dia anterior no muro da Arena.
Sobre os jogadores, a pressão maior foi no zagueiro Manoel. O atleta foi punido recentemente após ato de indisciplina no Acre, no meio da semana. Uma das faixas no protesto dizia: "Fora Manoel, que isto aqui não é bordel".
Com o Furacão em campo, na reestreia do técnico Geninho, mais reclamações da arquibancada, especialmente quando Manoel pegava na bola.
Mas a vida atleticana ficou muito facilitada graças ao péssimo desempenho do time de Paranaguá. Quatro minutos depois do gol do estreante Héverton, o zagueiro Willian foi expulso, fazendo com que no segundo tempo o Atlético crescesse e marcasse o segundo gol com Gabriel.
Para os rubro-negros, o principal ponto positivo da despedida do primeiro turno foi não ter sofrido gols o que não tinha ocorrido em todos os 10 jogos do Paranaense antes do confronto com o Rio Branco. "Isso é importante. Esperamos dar sequência", disse o zagueiro Rafael Santos.
No entanto, no discurso do técnico Geninho, a relevância da vitória de ontem estava no próximo confronto, pela Copa do Brasil, contra o Rio Branco do Acre, às 19h30 de quarta-feira, também no Joaquim Américo.
"Hoje era fundamental vencer. Uma derrota nos deixaria em uma situação muito complicada no meio de semana", explicou o treinador, lembrando que o grupo estava abalado psicologicamente por causa dos últimos resultados.
"O choque emocional hoje foi maior do que será na quarta-feira. Veio com o peso dos dois últimos jogos. A vitória vai dar uma tranquilidade maior para a próxima partida", completou Geninho, consciente da necessidade de evolução da equipe.
O meia Paulo Baier, jogador fundamental do time na maioria dos jogos, retorna no próximo e decisivo confronto.
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