No mesmo dia em que viu o queniano David Lekuta Rudisha quebrar o recorde mundial dos 800 metros, o Meeting de Atletismo de Berlim também foi palco de outro momento histórico ontem. Um ano após ter sua sexualidade questionada durante o Campeonato Mundial, disputado no mesmo lugar, a sul-africana Caster Semenya voltou ao Estádio Olímpico e venceu a prova feminina da distância.Com tranquilidade, Semenya ganhou os 800 metros com o tempo de 1min59s90, o melhor que obteve desde seu retorno às pistas, que aconteceu em julho, no Meeting de Lappeenranta, na Finlândia. A marca, no entanto, ainda está longe de seu recorde pessoal, que é de 1min55s45.
Semenya ficou 11 meses afastada das competições oficiais por ter sua sexualidade questionada após ter vencido os 800 metros no Mundial de 2009. Ela teve de se submeter a testes que confirmaram seu gênero feminino. "Me sinto a mesma, mas não foi fácil para uma garota de 19 anos passar pelas coisas que tive de viver", afirmou Semenya depois da prova. "Minha meta era correr abaixo dos dois minutos e consegui. Fiz um bom tempo e me senti em casa", reforçou a sul-africana, que recebeu um caloroso aplauso de parte dos quase 50 mil torcedores que estavam no estádio.
Já o queniano David Lekuta Rudisha correu os 800 m em 1min41s09, superando a marca do queniano naturalizado dinamarquês Wilson Kipketer, de 1min41s11, registrada em 1997.
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