Ajuda ao Itaquerão
Pelé mostrou satisfação por ter ajudado o país a receber a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, mas criticou a forma como as duas competições estão sendo encaminhadas. "Estive com [o ex-presidente da Fifa João] Havelange e comentava que os latinos e os crioulos da África votariam no Brasil porque me adoram. Eu pensei que precisávamos dos votos dos suecos, dos outros europeus, e conseguimos. Falei isso com o [presidente do COB, Carlos Arthur] Nuzman também, mas aí estamos vendo agora como as coisas estão indo", disse o ex-craque. Ele deu a entender que é favorável a toda ajuda possível de governos para que o estádio do Corinthians em Itaquera seja erguido. "É preciso dar todo apoio para que os estádio fiquem prontos. Infelizmente, temos essa indefinição hoje sobre São Paulo", disse Pelé ao ser indagado se era a favor de isenções fiscais e incentivos do governo para o Itaquerão.
Santos - O Santos não se descuida. O clube, que ontem decidiu a Copa Libertadores da América, no Pacaembu, já tem alicerçados os três pontos que considera básicos para manter a estrutura. A primeira é a formação de novos talentos, compromisso que tem sido cumprido com sucesso pelo clube. Em outra ponta, a diretoria pretende reforçar a parceria com investidores para contratar jogadores que despontam em vários centros.
Finalmente, o plano santista para se manter seu time de futebol no topo implica a possibilidade de pagar altos salários, não apenas para atrair craques consagrados, mas como uma forma de amenizar o assédio de clubes estrangeiros a suas estrelas.
Na Vila Belmiro, a ordem agora é consolidar esses alicerces. O pontapé inicial foi dado com a contratação de Borges, um negócio de ocasião. O próximo deve ser o meia Zé Roberto. O objetivo imediato é a conquista do Campeonato Brasileiro.
Alarmado com a perda temporária de Neymar, Paulo Henrique Ganso e Elano (convocados para a seleção brasileira que vai disputar a Copa América), Danilo, Alex Sandro, Alan Patrick e Felipe Anderson (chamados pela equipe sub-20 para o Mundial), o técnico Muricy Ramalho apresentou a lista dos jogadores para que o alto nível técnico da equipe não seja afetado.
Os nomes estão sendo mantidos em sigilo por questão de estratégia. As negociações estão em curso, mas até esta quarta houve o cuidado para que as informações não vazassem. Havia o risco de interferir negativamente no comportamento de alguns atletas que estavam sendo úteis. "Quero ganhar tudo", afirmou o treinador ao chegar ao clube, há dois meses e meio. Ao aceitar o convite para assumir o time, que estava à beira do abismo na Libertadores, Muricy queria a promessa dos dirigentes de que as duas mais importantes estrelas do elenco, Paulo Henrique Ganso e Neymar, não iriam embora.
A resposta foi que será feito todo o esforço possível para manter os dois craques, mas, em caso de perda das estrelas, seus substitutos serão jogadores de seleção. As saídas de Zé Eduardo (Genoa, da Itália), Keirrison (será devolvido ao Barcelona no final do mês), Maikon Leite (Palmeiras), além de Alan Patrick, que deve ir para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, obrigarão o clube a ir atrás de pelo menos quatro contratações. Jonathan e Danilo estariam em vias de se transferir para, respectivamente, o futebol italiano e o português.
E pelo feeling do experiente Muricy, as perdas não vão parar por aí: Rychely e Roger foram levados para a Vila Belmiro com contratos curtos, de experiência, apenas para completar o elenco Agora, o treinador espera a chegada só de feras. Jogadores para entrar direto no time.
O que vai balizar os santistas é a janela de transferências internacionais de junho/julho. Caso se confirme a saída de Paulo Henrique Ganso e Neymar, o clube não apenas vai recolocar suas finanças em ordem como estará em vantagem na disputa pelos principais jogadores do mercado interno porque vai poder acenar com salários europeus para repatriar craques que estejam dispostos a retornar ao país.
Danilo e Alex Sandro são exemplos que o clube gosta de citar como casos de parcerias com empresários que deram certo. As contratações de Zé Roberto, na administração Marcelo Teixeira, e de Robinho e Elano, já sob a direção do grupo de Luis Alvaro Ribeiro, provam que oferta de altos salários e escolha criteriosa de talentos geralmente resulta na formação de times vencedores. Até no Brasil.