O Prudentópolis promete trazer novas denúncias sobre o possível estelionato na arbitragem paranaense. Ainda em tom de ameaça, sem apresentar provas, os dirigentes do clube se prontificaram a depor segunda-feira, às 13h30, no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD). Eles avisam: "A casa vai cair."
Indignado com o sorteio do juiz Nilo Neves de Souza Júnior para o duelo com o Prudentópolis, João Ituarte o presidente do Prude chegou a ameaçar não entrar em campo domingo com o Toledo.
Em entrevista ontem à Gazeta do Povo, disse haver um complô contra seu time. Agora mudou de idéia, vai disputar a partida. Só não abriu mão do tom agressivo.
"Iremos jogar, mesmo sob protesto. O campeonato ficou em segundo plano. Importante agora é limpar nosso futebol. Se as coisas não mudarem, todo mundo irá sair perdendo. Quem sobe para a Série Ouro fica refém deles (possíveis corruptores). Quem cai, precisa deles para subir...", ataca, sem revelar nomes.
"Vamos seguir as formalidades do TJD e apresentaremos as provas apenas no momento certo, durante a sessão de depoimentos. Não vou falar agora, pois estarei dando munição para o bandido. Iremos ratificar o nome do Bruxo. Todo mundo já sabem quem é. Saiu até na imprensa", seguiu.
O homem-forte da equipe que ainda nutre remota esperança de jogar a Série Ouro de 2006 foi ainda mais longe: "Tem chance, mas muita chance mesmo, desse sujeito (quem ele diz ser o "Bruxo", o operador do esquema) sair algemado após o nosso depoimento."
Nélson Boreico, o gerente de futebol do Leão da Serra, reforça a linha de ataque. "Até agora foram denúncias vazias, não? No TJD, iremos trazer uma denúncia cheia", disse. Vamos incendiar não só a Federação, mas também a arbitragem", completou.
Ontem, parte da cúpula da FPF se reuniu para desqualificar os novos acusadores. O presidente Onaireves Moura mostrou tranqüilidade. "Não vamos nos submeter à pressão de associações. Ninguém vai ganhar nada no grito. Quando as coisas não vão bem dentro de campo, deixa os diretores contaminados. Eles se exaltam", avalia.
Moura ainda reforçou o desejo pessoal de pôr fim à crise. "Estou procurando o Bruxo como ninguém. Se é que ele existe."
Paulo César Silva, um dos chefes da comissão de arbitragem, chegou a gravar a conversa telefônica que teve com Boreico logo após a definição de quem apitaria o duelo em Toledo. "Quebrei uma norma pessoal. Não falo com diretores de clubes. Ele queria que eu mudasse a escala. Não faço isso. Disse que não havia motivos e argumentei. Ele então falou muito obrigado e desligou o telefone. Está tudo no meu gravador. São oito minutos de conversa", conta.
Entre outras acusações, o Prudentópolis garante que foi procurado no início da Série Prata para se garantir no apito (leia-se manipular resultados). Os supostos intermediários cobravam R$ 60 mil, que seriam divididos em três partes.