O novo ídolo do Coritiba já não calça chuteiras há uma década. Da época de jogador, Paulo Bonamigo preservou apenas o discurso "boleiro", artigo fundamental na recuperação da parte marginalizada do elenco coxa-branca.
Na base do papo, o técnico fez ressurgir o futebol dos encostados por Estevam Soares. De perseguido a peça fundamental, o lateral-esquerdo Ricardinho foi o primeiro a dar sinal de vida com os dois gols marcados na vitória sobre o São Raimundo, na reestréia do treinador pelo Alviverde.
No triunfo de terça-feira sobre o Ituano, Wílton Goiano, Eanes e Jefferson se juntaram ao lateral no grupo dos que deram a volta por cima. "Procuro extrair o máximo de cada atleta. Para isso, a orientação e a repetição dos exercícios são fundamentais", explicou o treinador, um apaixonado pelos treinos.
Outros fatores também contribuíram com a psicologia da virada de Bonamigo. Quem viu o Wílton Goiano do Campeonato Paranaense poderia jurar que não se tratava do mesmo jogador que acertou o cruzamento no lance do gol de Jefferson, o terceiro do Coritiba. Dessa vez, porém, a transformação pode ser creditada também à diretoria alviverde.
"É lógico que quando há troca no comando técnico sempre existe uma motivação a mais. Todo mundo quer mostrar serviço para se garantir. Só que no meu caso, sabia que o meu nome constava numa possível lista de dispensa. Tinha a obrigação de provar que posso defender o clube", afirmou o ala-direito.
Bonamigo conta também com um psicólogo assistente. Kléber usa a experiência acumulada em mais de 20 anos de bola para ajudar os companheiros. Por isso o centroavante Jefferson fez questão de atravessar o gramado para dar um abraço no goleiro após balançar a rede pela primeira vez nesta Série B.
"O Kléber representa tudo aquilo que um atleta deve ser. Espero levar a amizade que a gente construiu para a vida inteira. Conversando comigo, ele me ajudou a superar as adversidades", disse o atacante, marcado pelo choque que afastou Artur, o outro goleiro do time, por dois meses dos gramados. Artur fraturou o maxilar em abril após uma disputa de bola com o atacante.
"Só retornaremos à Primeira Divisão com um grupo forte. Procuro fazer com que os jogadores entendam a dinâmica do futebol, tenham esperança. Hoje você é reserva, amanhã pode ser titular. E quando for chamado, tem que estar bem para não fazer feio", comentou o arqueiro, reserva de Artur nos quatro primeiros meses da temporada.
Os "pacientes" atuais de Kléber são os pratas-da-casa James e Renan.
A volta da boa fase começa a inspirar os artistas do elenco. É o caso de Eanes. Sempre sorridente, o avante já preparou uma comemoração especial caso marque um gol sobre o Santo André, sábado, no ABC Paulista.
"Contra o Ituano, fiz o gol Dança da Minhoca. Agora vem aí a comemoração Dança da Lagarta. Quem não sabe a coreografia terá de aguardar o meu gol", disse o funkeiro, acusando com um largo sorriso no rosto a volta da felicidade. E da titularidade.
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