Às 16h39 do dia 16 de julho de 1950, diante do maior público da história do futebol, o ponta-direita Ghiggia avançou na área do Brasil, passou por Bigode e Juvenal, chutou fraco e venceu o goleiro Barbosa. A bola passou entre as mãos do arqueiro e a trave. O Uruguai fazia 2 a 1 na seleção brasileira. Calava um Maracanã com cerca de 200 mil torcedores; fazia chorar pouco mais de 50 milhões de pessoas um país inteiro.
Desastre. Catástrofe que não deixou pedra sobre pedra. Derrubou a todos. Desde os jornais, que na época chegaram a apresentar a partida como o dia que o Brasil iria tornar-se campeão mundial, à estátua do prefeito do Rio de Janeiro, Marechal Ângelo Mendes de Morais, colocada na saída do estádio. Assim como a pedra, o responsável pela construção do Maracanã nunca mais se ergueu: jamais voltou a ganhar uma eleição. E a camisa branca? Nunca mais.
Há quem conte que em 1958, pouco antes da final, o selecionado se viu na obrigação de usá-la novamente, pois teria de enfrentar a Suécia, donos da casa, com a prioridade do amarelo. O vestiário brasileiro tremeu.
Eis que surge Paulo Machado de Carvalho, o chefe da delegação, com camisas azuis, feitas de última hora. O escrete entrou em campo confiante, aplicou 5 a 2 nos anfitriões e não se fala mais nisso.
O pânico pelo branco é facilmente explicado. Afinal, quem esperaria pela derrota brasileira em 50. No quadrangular da fase final, nos dois jogos anteriores, havia aplicado as suas duas maiores goleadas em Copas até aqui: 7 a 1 na Suécia; 6 a 1 na Espanha. E saiu ganhando do Uruguai... Só podia ser mau agouro ou seja lá o que for. Sobrou para a camisa.
A Copa do Mundo já era para ser realizada no Brasil em 1942. Mas em decorrência da Primeira Guerra Mundial, o torneio foi adiado. Em 1950, o Brasil foi favorecido pois o continente europeu, em ruínas, não tinha condições de sediar a competição que já não vinha sendo realizada desde 1938.
Vieram apenas 13 seleções. Vários países desistiram de participar da Copa como França, Turquia, Portugal, Escócia pelo alto custo da viagem.
O campeão Uruguai, por exemplo, só jogou quatro partidas uma na primeira fase, quando no seu grupo só havia além dele a Bolívia, e três no quadrangular final.
Mas não foi só o Brasil que surpreendeu negativamente. A Inglaterra, por exemplo, maior favorito ao título da competição, acabou perdendo para um time de amadores, montado às pressas pelos Estados Unidos, na fase inicial por 1 a 0. É claro que não dá para comparar. (MR)
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