Los Cardales, Argentina - No dia seguinte ao rebaixamento, o River Plate dominou todas as capas de jornais argentinos nesta segunda-feira (27). Nas páginas, uma mistura da tragédia em campo e fora dele, com os incidentes provocados por torcedores após o empate em 1 a 1 que levou os Milionários à Segunda Divisão do país pela primeira vez em 110 anos de história.
"River foi ao descenso: caos e violência no final", estampou o Clarín, maior jornal argentino. Por sua vez, o La Nación afirmou: "O pior dia de sua história". O Diario Popular publicou "Declínio ao inferno", enquanto o Muy resumiu: "Foi". Por fim, o Olé, principal diário esportivo argentino, escreveu: "River destroçado". A imagem do choro do goleiro Carizzo, convocado pela seleção argentina para a Copa América, é um dos destaques. Há também muita reclamação em virtude de um pênalti não marcado pelo árbitro Sérgio Pezzotta, quando o River vencia por 1 a 0 mais um gol e a equipe alcançaria o placar necessário para escapar do vexame.
São dezenas de registros sobre a destruição do Monumental de Nuñez, promovida por parte da torcida alvirrubra. O estádio amanheceu interditado e assim permanecerá por uma semana, por determinação do Ministério Público, que fará investigações quanto aos incidentes. Mais de 50 mil pessoas estiveram presentes e há a suspeita de superlotação.
Ao mesmo tempo, se iniciarão os reparos. Pelo menos para o momento, não há qualquer risco de que a praça esportiva deixe de ser a sede da decisão da Copa América, no dia 24 de julho. "Temos tempo. Todas as entradas para o jogo decisivo já estão vendidas. Não vejo ainda nenhum motivo para que a partida não seja lá", declarou José Luís Meizner, presidente do Comitê Organizador da competição de seleções, em entrevista ao canal Fox Sports.
Na televisão, os programas esportivos entraram pela noite do domingo e passaram a segunda-feira inteira tratando dos desdobramentos da partida. O futuro do presidente do River, o ex-jogador e técnico Daniel Passarela, é debatido com intensidade pelos comentaristas.
Até mesmo nas rádios musicais o tema é discutido. Entre um tango dolorido e outro, o locutor de voz grave pergunta: "O que aconteceu com River? E por que o ódio dos torcedores de Córdoba pelos portenhos (de Buenos Aires)? Somos todos argentinos".
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