A noite inédita na Arena era para ser de festa. Arquitetado num cenário de fogos de artifício, bexigas, fanfarra e hinos nacionais, o amistoso entre Atlético e FC Dallas serviria para selar a parceria entre o rubro-negro e o clube norte-americano. Jogo principal com direito a preliminar de luxo decidindo vaga no Paranaense entre os reservas atleticanos e o Cianorte.
Mas a partida valeu mesmo para escancarar rivalidades internas. O que era para ser o estádio de uma torcida só dividiu-se em insultos e provocações entre Os Fanáticos e o restante dos torcedores atleticanos. A animosidade digna de um clássico culminou com a saída antecipada da torcida uniformizada e um silêncio constrangedor no estádio.
O clima manchou tanto a vaga na segunda fase do Estadual, conquistada com a vitória por 3 a 0 sobre o Cianorte, como o 3 a 1 sobre os "gringos".
O técnico Oswaldo Alvarez achou que seria desagradável escalar os reservas no amistoso com os texanos. Mal sabia ele que seus próprios fãs garantiriam um ambiente realmente inóspito.
Teve de tudo. Após empurrar praticamente sozinha os reservas no triunfo sobre o Cianorte, a organizada atleticana mudou de lado. Primeiro arremessou de volta no gramado as bexigas entregues pelo estafe rubro-negro. Depois, vaiou seu próprio time e muito mais ainda a entrada dos visitantes ianques. Chegou ao ponto alto da falta de hospitalidade ao virar de costas no momento do hino norte-americano. E mais: coro a Saddam Hussein, ditador iraquiano morto dia 30 de dezembro e declarado inimigo dos Estados Unidos. Quando a bola rolou, a bateria calou-se e os uniformizados quebraram seu próprio protocolo e sentaram.
O restante do estádio protestou. A cada manifestação vinda da reta da Buenos Aires, os outros torcedores respondiam: aplausos ao time e até o nome do presidente Petraglia ecoado.
Nessa hora, o jogo era só um detalhe e os 7.803 presentes quase perderam o gol de Dênis Marques, aos 6 minutos. A briga durou até os Os Fanáticos deixarem o estádio antes dos 20 minutos. A Arena esfriou. Sem "adversários" e diante de um jogo sem importância, o apoio limitou-se a lances esporádicos. Melhorou apenas no segundo tempo, com o desempenho envolvente dos brasileiros.
A briga caseira começou a ser desenhada antes mesmo da partida. Com relações estremecidas há tempos com a diretoria rubro-negra, a organizada boicotou o amistoso. Entre as justificativas, o fato de o clube garantir a promoção de ingressos um preço para os dois jogos. "Ele (o presidente Mário Celso Petraglia) só faz isso quando interessa", reclamou o torcedor Márcio Teixeira, de 27 anos.
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Em CuritibaAtlético 3 x 1 FC Dallas
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Em CuritibaAtlético 3 x 0 Cianorte
AtléticoGuilherme; Nei, Alex, Rogério Corrêa (Leo) e Chico; Roberto (Rodrigo Crasso), André Rocha, Cristian e Kaio; Ricardinho (Rogerinho) e Pedro Oldoni. Técnico: Ivo Secchi.
CianorteDanilo; Willian, Nelsinho (Bruno) e Montoya; Daniel Marques, Fábio, Mikimba (Valmir), Dani e Fernandinho; Dudu (Canhoto) e Didi. Técnico: Cláudio Tencati.
Estádio: Kyocera Arena.Árbitro: Nilo Neves de Souza Júnior.Gols: Cristian (A), aos 31 do 1.º tempo; Pedro Oldoni (A), aos 6e aos 44 do 2.º tempo.Amarelos: Roberto, Kaio e Rogerinho (A); Davi, Canhoto, Didi e Fábio (C), Público pagante: 6.561pessoas.Público total: 7.830 pessoas.Renda: R$ 102.315,00.
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