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Marquinhos diz que grupo não suporta Lula

São Paulo – O ala Marquinhos reafirmou ontem que existe um descontentamento de todos os jogadores da seleção brasileira que disputa o Pré-Olímpico de Las Vegas com o trabalho comandado pelo técnico Lula Ferreira. "Está visível para todo mundo que ele não sabe rodar os jogadores. Todo mundo está querendo ajudar o Brasil a se classificar para a Olimpíada, mas no Brasil não tem uma troca legal", disparou o jogador, cortado da competição depois de quebrar um dedo da mão direita.

"Os titulares ficam cansados demais porque não deixam a quadra e os reservas aborrecidos porque não entram", prosseguiu o atleta, que defende o New Orleans Hornets na NBA.

O ala disse que não pretende voltar à seleção enquanto Lula estiver no comando. "Conversei com meu agente e se for para vir para a seleção jogar 5, 10 minutos fico lá nos Estados Unidos treinando com a minha equipe."

Para o ex-jogador Oscar, veterano de cinco olimpíadas, as declarações de Marquinhos mostram que o grupo que disputa o Pré-Olímpico não está fechado.

"A declaração caiu como uma bomba. Para mim, foi uma surpresa negativa", disse Oscar. "Divergências de opiniões e rivalidades são normais. Mas quando o grupo é fechado isso é resolvido no vestiário."

O bicampeão mundial (1959 e 1963) Wlamir Marques acredita que, se o grupo está unido contra o técnico e resolveu chamar para si a classificação olímpica, independentemente do comando, vai ter de assumir a responsabilidade. "A atitude deixa os integrantes da comissão técnica numa saia-justa e sem clima para continuar na seleção."

Las Vegas – Dividida e contra seu maior rival, a Argentina, a seleção brasileira tenta retornar à Olimpíada. O time não disputa os Jogos desde Atlanta-96. Hoje, às 17 h, enfrenta mais de uma década de frustrações em busca da classificação a Pequim-08.

Titubeante no Pré-Olímpico de Las Vegas, a seleção fez o necessário para evitar as estrelas dos EUA na semifinal e tentar uma disputa possível contra os argentinos – a competição conduz dois países à Olimpíada. O time brasileiro chega às semifinais após a terceira posição na segunda fase. Em todo o torneio, a seleção ostenta uma campanha de seis vitórias e três derrotas. Caiu diante de todos os semifinalistas – além da Argentina, EUA e Porto Rico duelam pela outra vaga olímpica, às 20 horas.

Caso perca para os argentinos, vice-líderes da segunda fase, restará ao time, reforçado por estrelas da NBA, como Leandrinho e Nenê, jogar uma repescagem mundial, em julho, às vésperas dos Jogos de Pequim.

O percurso do Brasil no classificatório olímpico parecia que seria menos acidentado. Convencido por colegas, Nenê retornou à seleção após ausência de quatro anos. O pivô havia feito boicote à equipe devido a divergências com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB).

A equipe também tinha perspectivas de contar com mais dois reforços da NBA, os pivôs Anderson Varejão e Baby. No entanto, atrasos na renovação dos contratos com equipes da liga norte-americana retiraram os jogadores do elenco. Sem novo compromisso, não há como estabelecer o valor de seguro a ser pago pela CBB.

Mesmo sem eles, a seleção chegou a Las Vegas badalada pelo tricampeonato do Pan, em julho, e pelo triunfo na Copa Tuto Marchand, em agosto. Nesse torneio em San Juan, preparatório para o Pré-Olímpico, enfrentou Argentina, Canadá e Porto Rico, rivais na disputa pela vaga em Pequim.

No entanto, em Las Vegas, o Brasil mostrou muita irregularidade. Cumpriu o esperado na primeira fase e, na segunda, só garantiu a classificação na última rodada.

Após a surpreendente derrota para Porto Rico (97 a 75), o elenco mostrou que havia problemas internos. O time se reuniu, sem a presença da comissão técnica, nos vestiários. "Discutimos os erros que cometemos. Juntamos todos os jogadores e falamos um na cara do outro", contou o pivô Tiago Splitter.

Dividido ou não, o elenco teve sua blindagem perfurada por Marquinhos. O ala, cortado devido à lesão na mão esquerda, criticou duramente o técnico Lula. "Os treinos são muito fracos. O time não tem tática, jogadas de ataque bem-feitas. ", disse o atleta.

Na TV: Brasil x Argentina, às 17 h, no Sportv, ESPN Brasil e Bandsports.

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