Tchê-tchê, do São Paulo, durante manifestação contra o racismo| Foto: Reprodução/Instagram
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As manifestações contra o racismo que se espalharam pelo mundo após o brutal assassinato de George Floyd por policiais, nos Estados Unidos, dia 25 de maio, repercutiram também entre alguns jogadores brasileiros.

Se costumeiramente os boleiros do país se mostram pouco preparados e engajados para opinar sobre temas relevantes fora das quatro linhas, uma minoria mais engajada demonstrou apoio à luta social.

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Tchê-tchê

Tchê-tchê em manifestação em São Paulo. Foto: Reprodução/Instagram
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No último domingo (7), o volante do São Paulo participou em uma manifestação contra o racismo e contra o presidente Jair Bolsonaro na capital paulista. O próprio jogador postou uma foto ao lado da esposa no ato realizado nas proximidades do Largo do Batata.  

Na imagem, o atleta aparece de máscara branca, devido à pandemia de coronavírus. Já a esposa usa máscara preta, com os dizeres “Clube do antirracismo e antifascismo”, em inglês. O engajamento de Tchê-tchê vem de longa data.

O jogador possui os rostos de Martin Luther King e Malcom-X, ícones da luta por igualdade racial nos Estados Unidos, tatuados nas pernas. Em 2016, quando jogava pelo Palmeiras, o jogador foi vítima de insultos racistas em um jogo contra o Athletico, na Arena da Baixada, mas não levou o caso à Justiça.

Tatuagens do jogador do São Paulo. Foto: Reprodução/TV Globo

Igor Julião

Igor Julião, jogador do Fluminense. Foto: Reprodução/Instagram

O lateral do Fluminense também utilizou as redes sociais para se manifestar. O jogador de 25 anos compartilhou um texto do judoca Diogo Silva e indagou: “Já parou para pensar o que é racismo?”.

Ao mesmo tempo, compartilhou a imagem do judoca brasileiro com a logo do grupo recém-criado, Esporte pela Democracia. “Por que a população negra, que é a vítima, é questionada por seu silêncio? Enquanto a população branca, que é agressora, não é questionada por sua agressão?” diz o texto de Diogo Silva.

Esta não é a primeira vez que Julião se manifesta sobre este tipo de tema. Em entrevista à Piauí, em junho de 2019, ele revelou ser leitor assíduo de Karl Marx e defensor da igualdade social. No mesmo ano, postou no Twitter uma foto com a legenda “Sol apareceu, Djonga na playlist e fogo nos racistas”, citando o rapper mineiro.

Julião também se manifestou com assiduidade sobre o caso de Marielle Franco e contra a homofobia. Ele faz parte do grupo Esporte pela Democracia, que conta com mais de 90 personalidades do esporte.

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Roger Machado

Roger Machado é um dos principais militantes contra o racismo no futebol brasileiro. Foto: Antônio More/Gazeta do Povo| Foto: Gazeta do Povo

O treinador do Bahia é notório militante contra o racismo e a desigualdade racial no futebol brasileiro. “Temos nossos ‘Georges’ toda semana”, declarou, em entrevista ao Esporte Interativo, após o caso de Geroge Floyd nos Estados Unidos.

“A impressão que eu tenho é que me parece que é diferente acontecer lá fora [do país] do que acontecer por bala perdida na favela. Quando é na favela, jogam a sombra da dúvida, ‘será que era inocente mesmo?’ Isso porque está na periferia. Tudo o que vem de fora nos impacta mais e isso reverberou no mundo todo”, prosseguiu.

Em 2019, o treinador já havia impactado o meio do futebol ao dar uma entrevista falando de racismo. “Negar e silenciar é confirmar o racismo”, declarou na ocasião. Roger também é membro do Esporte pela Democracia.

Everton Ribeiro

Éverton Ribeiro, meia do Flamengo. Foto: Reprodução/Instagram
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O meia do Flamengo também marcou posição nas redes sociais. “Não quero ficar em silêncio e compactuar com um país que mata um negro a cada 23 minutos”, escreveu. Ainda segundo o atleta, “não é justo que um país onde a maioria da população é negra, eles sejam minoria em universidades e grandes empresas”.

O jogador ainda disse que busca aprender todo dia sobre o assunto e que observa a “existência de um racismo estrutural no Brasil que mata e exclui pessoas negras”. No Flamengo, além de Everton Ribeiro, Gabriel, Gerson e Vitinho também se usaram as redes sociais para se manifestar.

Thalles Magno

Joia do Vasco, o atacante é ainda um adolescente de 17 anos. Mesmo assim, deu exemplo a muito jogador consagrado e se manifestou em suas redes sociais contra o racismo. “Não adianta não ser racista. Temos que ser antirracistas”, postou no Twitter.

A frase é da ativista e filósofa Angela Davis, outro ícone da luta por igualdade racial nos Estados Unidos. O jogador também postou a hashtag “vidas negras importam”, utilizadas para unir os protestos em redes sociais contra casos de racismo.

Brasileiros no exterior e Neymar

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Imagem postada por Vinícius Júnior nas redes sociais.

Alguns jogadores brasileiros que jogam fora do país também se manifestaram. Casos de Vinícius Júnior, do Real Madrid-ESP, e Richarlison, do Everton-ING.

Ambos postaram em suas redes sociais uma imagem em que George Floyd aparece ao lado do menino João Pedro, 14 anos, morto em ação policial em São Gonçalo, Rio de Janeiro.

Já o astro Neymar teve de ser bastante cobrado antes de finalmente se manifestar a respeito dos protestos antirracistas deflagrados após o assassinato de Floyd. Ele postou a hashtag “vidas negras importam” sobre um fundo negro.