Os roncos de caminhões, carros, motos e quadriciclos colocarão fim ao silêncio das paisagens mais inóspitas do interior da Argentina e do Chile a partir de amanhã. Chegando à 3.ª edição na América do Sul, o Rally Dakar promete novas emoções e muitos obstáculos para os pilotos, que vão percorrer praticamente às cegas cerca de 10.000 km, com areia de sobra e desníveis consideráveis.
O percurso começa em Buenos Aires e se estende por mais de 3.000 km até atravessar a Cordilheira dos Andes, antes de chegar a território chileno. Rumo ao Norte, os pilotos alcançam a última cidade antes do Peru, para então seguirem em direção ao Sul, acompanhando a costa com vista ao Oceano Pacífico. Nas últimas quatro etapas, os veículos partem no sentido Leste já com o foco na chegada à capital argentina.
Os pontos de parada podem até ser conhecidos, mas todos os anos a organização da competição faz o possível para tornar os detalhes do percurso uma surpresa para os pilotos. É quase um segredo guardado a sete chaves, em que é liberado o mínimo possível, como as distâncias dos deslocamentos e especiais, cidades e raras descrições sobre o terreno.
O certo é que essa edição será mais difícil que as anteriores. "Sabemos que será um rali mais duro, a contar pela cronometragem das especiais. Vai ser uma prova de resistência", prevê o navegador curitibano, Emerson "Bina" Cavassin, que vai para o seu segundo Dakar. A opinião é compartilhada pelo paulista Jean Azevedo. "Vai ser a edição mais dura que já teve na América do Sul, com muito mais deserto."
Nesta edição, os brasileiros estão em menor número que no ano passado. Dessa vez, são três pilotos na categoria motos, uma equipe entre os caminhões e duas duplas nos carros. Bina sabe que encontrará muitas dificuldades no caminho, mas tem boas expectativas. "São as melhores possíveis dentro das nossas limitações de equipamento. Temos um carro que certamente não é competitivo para ganhar o rali, mas vamos tentar ficar entre os 20 primeiros", reconhece. Por outro lado, em uma estratégia da equipe, ele vai correr com o piloto Marlon Koerich, que nunca participou da competição. Com isso, o objetivo se transforma no título na categoria de novatos.
Com mais de 10 anos de experiência no evento, Azevedo tem um novo desafio pela frente. Depois de dois anos correndo com carro, o piloto retorna ao guidão da moto com a meta realista de simplesmente terminar a prova. "A expectativa é boa, mas não dá para fazer muito em termos de resultados. Fiquei parado por três anos e não sei como vou estar."
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