Muito calor, poeira, trilhas complicadas e velocidade. Tudo isso espera pelos competidores nos 12 dias da 18ª edição do Rally dos Sertões, que começa para valer nesta quarta-feira (11), em Goiânia. Nesta terça (10), o rally contou com um evento especial, o Super Prime (prólogo), que serve para decidir a ordem de largada da primeira etapa, que será disputada entre a capital goiana e a cidade de Caldas Novas, com 133km cronometrados e 70km de deslocamento.
Segunda maior competição off road do mundo - atrás apenas do Rally Dakar, disputado há dois anos na América do Sul -, o Rally dos Sertões terá neste ano percurso de 4.486km, sendo 52,7% de trechos cronometrados, a maior marca da história da competição. O rali cruzará seis estados: Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão, Piauí e Ceará. O roteiro é quase todo novo: 95% dos trechos foram alterados em relação ao trajeto usado em 2009.
Desta vez, serão 235 competidores em 155 veículos - 70 motos, 15 quadriciclos, 60 carros e 10 caminhões, número maior do que no ano passado. Além do Brasil, outros 11 países estarão representados: Argentina, Bélgica, Chile, Espanha, França, Holanda, Estados Unidos, Portugal, África do Sul, Venezuela e Uruguai.
"Alteramos a sexta especial da prova, que é o primeiro dia de etapa maratona. O trecho cronometrado, que era de 423 quilômetros, passou a ter 330. Assim como os carros, as motos e os quadriciclos, agora os caminhões também poderão fazer a etapa inteira. Também houve uma diminuição na especial do última dia de prova, quando os competidores percorrerão 107 km no Ceará. Como a chegada acontecerá na Praia do Cumbuco, em Fortaleza, diminuímos o trajeto para priorizar o horário da maré", diz Marcos Moraes, organizador do rali.
Estrangeiros são favoritos entre as motos
Dois estrangeiros se destacam entre os inscritos na categoria motos do Rally dos Sertões. O espanhol Marc Coma (KTM), tricampeão mundial de rali cross-country (2005, 2006 e 2007) e bicampeão do Rally Dakar (2006 e 2009), e o francês David Casteu (Sherco 450 SP), com grande experiência em provas off road, são os favoritos da edição deste ano.
Entre os brasileiros, o principal nome é Zé Helio, que ganhou as últimas três edições e é o maior campeão da competição, com cinco títulos. Ele correrá pela primeira vez em uma equipe de fábrica, da BMW, e tem chances de ampliar o recorde. Além dele, Deni do Nascimento, vice no ano passado, e Dimas Mattos estão entre os pilotos do pelotão principal do rali.
"Será a primeira vez em que terei acesso a um equipamento desenvolvido para rali dentro da fábrica. Vou fazer a minha parte e espero que o resultado seja bom", diz Zé Hélio.
Sem equipes oficiais, brasileiros dominam nos carros
Sem a presença das equipes oficiais e dos campeões do ano passado, os brasileiros dominam a lista de inscritos entre os carros na Rally dos Sertões. Em 2009, o time oficial da Volkswagen, com os modelos Touareg, dominou a disputa e fez dobradinha. A dupla formada por Carlos Sainz e Lucas Cruz chegou em primeiro, seguida de muito perto por Nasser Al-Attiyah e Timo Gottschalk. Jean Azevedo e Youssef Haddad foram os melhores do país, em terceiro no geral.
Neste ano, as duas duplas favoritas entre os carros são formadas por Jean Azevedo e Emerson Cavassin, e Guilherme Spinelli e Youssef Haddad. Ambas usam carros da Mitsubishi. O veterano Klever Kolberg repete a iniciativa do Rally Dakar deste ano e usará um protótipo movido a etanol, como parte de sua iniciativa ecológica para incentivar combustíveis mais limpos nos ralis. Ele terá Flavio de França ao seu lado como navegador no carro.
"A vinda de uma equipe como a da Volkswagen ou outra oficial que está no Dakar eleva muito o patamar de tecnologia e de investimento, acima da realidade brasileira. A disputa deles se torna outra categoria. É impossível competir com um carro desses. Não ter as oficiais abre a chance de pelo menos uns dez carros terem chance de vencer em uma disputa mais igual. Para o esporte brasileiro, a ausência deles é vantajosa", diz Spinelli.
A dupla feminina formada por Helena Deyama e Joseane Koerich também chama atenção entre os carros. A piloto disputa sua décima edição do Rally dos Sertões e já superou o azar do ano passado, quando um incêndio destruiu o modelo da dupla em uma das etapas.
Quadriciclos e caminhões também estão na disputa
Além dos carros e motos, quadriciclos e caminhões também estão na disputa do Rally dos Sertões. O polonês Rafal Sonik será o único estrangeiro nos quadriciclos. A prova também contará pontos para o Mundial de cross country da Federação Internacional de Motociclismo (FIM). Neste ano, 15 quadriciclos estão inscritos, número quase duas vezes maior que o de 2009.
A relação de pilotos inscritos nos quadriciclos apresenta campeões de edições anteriores da competição, como Robert Naji Nahas (Protótipo) e Carlo Collet (BRP 800), e estreantes como Rodrigo Varela (Suzuki 450), de apenas 19 anos.
Dez caminhões estão inscritos para o rali neste ano. Cada veículo tem três tripulantes cada: piloto, navegador e segundo piloto. Os principais nomes da disputa são Edu Piano (Ford), que mudou para a categoria pesado neste ano. Além dele, André Azevedo (Mercedes-Benz), que acumula grande experiência no Rally Dakar, está na briga após ganhar cinco títulos (1997, 1998, 2000, 2002 e 2004) nos Sertões, três nos caminhões e dois nos carros.
"Todas as mudanças no nosso caminhão visam aumentar a competitividade do veículo, mostrando a importância das inovações na competição. Elas garantem, ao mesmo tempo, confiabilidade e potência", diz André Azevedo.
Na 18ª edição do Rally dos Sertões, os dez caminhões estão divididos em duas categorias: Caminhões Leves (seis) e Caminhões Pesados (quatro).
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