Se você pensa que o América-RN, lanterna do Brasileiro com míseros 11 pontos e virtualmente rebaixado para a Segunda Divisão, é o pior time do país, não viu ainda o desempenho do Real Brasil na Copa Paraná.
Em onze partidas, o clube que nasceu com a intenção de ser o "irmão" do poderoso Real Madrid em terras brasileiras não fez um ponto sequer. Pior, balançou a rede apenas seis vezes enquanto o goleiro Lucas foi buscar 29 bolas no fundo do gol.
A campanha digna de pior time do mundo já fez o Real Brasil ganhar a alcunha de Íbis das Araucárias referência ao time de Pernambuco que teria o maior número de derrotas na história.
Adepto do nomadismo, o lanterna da Copa PR já perambulou por Toledo, Maringá, Ponta Grossa, Foz Iguaçu e Curitiba sem criar raízes desde a sua fundação, em março de 2005, sempre ao gosto de seu dono, o empresário Aurélio Almeida.
Na primeira vez em que jogou em "casa" e com portões abertos no campeonato, contra a Portuguesa Londrinense (1/7), no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, apenas 18 testemunhas comparam ingresso para acompanhar a derrota do Real por 3 a 2. A renda bruta foi de R$ 145, acarretando um prejuízo de R$ 1.884,15.
Já no revés por 2 a 0 para o Cianorte (29/7), em Foz, o público pagante se resumiu a 9 pessoas, gerando uma receita de R$ 70.
"Com relação à campanha do time, já era esperado. O elenco é formado quase tudo por piás do projeto, meninos da escolinha do clube que pagam para treinar", justifica o assessor da presidência Altair Ferreira, o Taíco, que na ausência de Aurélio Almeida, em viagem ao México para tentar viabilizar o dinheiro para a locação de um centro de treinamento na região metropolitana de Curitiba, ajuda a tocar a vida do Real. "Em relação à presença da torcida, o importante é divulgar a marca", segue ele.
Administrado como empresa, o clube se dá ao luxo de desprezar a arrecadação vinda da bilheteria por causa de uma propagada parceria com o Pumas, do México. De acordo com Ferreira, os hispânicos bancam a folha salarial do Real, estimada entre R$ 60 mil e R$ 100 mil dependendo da importância da competição, em troca da prioridade na contratações de revelações da equipe.
Ainda segundo o assessor, Aurélio Almeida é também sócio do Pumas. "Ele possui algumas cotas lá", confirma, sem precisar números.
Dando de ombros ao fracasso na Copa Paraná, o Real se prepara agora para debutar na Série Ouro do Paranaense em 2008. Na próxima semana o clube tem de indicar à Federação Paranaense de Futebol (FPF) o local em que mandará seus jogos.
Há três opções: fechar uma parceria com o Paraná para reformar parte do Érton Coelho Quiroz (Vila Olímpica) para o que o estádio seja liberado pelo Corpo de Bombeiros; aceitar a proposta de união de forças do Operário de Ponta Grossa; ou dar as mãos ao Foz Cataratas, passando a adotar o nome fantasia de Foz Real Cataratas.
Independentemente da opção, uma coisa é certa: a versão tupiniquim dos Merengues continuará sua vida cigana. "A lei nos permite", encerra Taíco.
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