A voz da experiência no comando administrativo do Paraná está intrigada, realista e incrédula em um milagre. Aramis Tissot e Ernani Buchmann, ex-presidentes do Tricolor, se mostram descrentes na salvação do clube da zona do rebaixamento e, pelo menos por enquanto, não estão plenamente convencidos da lisura nos processos de transferência de alguns jogadores realizados diretamente pelo presidente afastado José Carlos de Miranda.
O primeiro presidente paranista, Aramis Tissot (90-91), é cético. Ele prefere já pensar no futuro.
"Ainda não estamos na Segunda Divisão, mas temos de ser realistas. Acho que o melhor a fazer é olhar para frente e arrumar a casa para planejar a próxima administração", afirma.
Para Ernani Buchmann, presidente em 96-97, o problema está dentro de campo. "Quem decide são os jogadores. Foi proposto um prêmio e os salários estão em dia. Todos viram na partida contra o Flamengo que doação e força de vontade eles têm. Mas me parece que falta confiança", avalia.
No entanto, para Ocimar Bolicenho, outro ex-comandante (94-95), algo ainda pode ser feito no plano administrativo para salvar o clube da situação delicada no Brasileiro agravada pela derrota por 1 a 0 para o Flamengo, sábado, na Vila Capanema. "É necessário humildade para que o atual departamento de futebol chame as pessoas que podem ajudar nesse momento difícil. Mas isso não acontece. Todos que passaram pela diretoria do clube têm algo a dizer", critica Bolicenho.
Membros do Conselho Consultivo, os ex-presidentes ouviram as explicações de Miranda sobre algumas negociações. Para eles, contudo, a névoa em torno do assunto ainda não foi dissipada.
"Até mesmo algumas pessoas que trabalharam com o Miranda não ficaram totalmente convencidas no caso do Thiago Neves e do Eltinho. Principalmente porque as negociações foram conduzidas diretamente por ele", explica Buchmann.
Segundo Tissot, o momento é de cautela, pois o Conselho ainda não teve acesso aos contratos para fazer uma melhor análise. "Ele (Miranda) ainda está reunindo a documentação para nos colocar a par de tudo. Por isso, temos de ser prudentes, ter o cuidado para não pré-julgar ninguém, ver os documentos e só depois fazer algum tipo de juízo." Bolicenho preferiu não se pronunciar. "Só vou falar depois que o destino do clube no campeonato já estiver decidido."
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