Rebeca Gusmão se emocionou durante sua última defesa na Corte Arbitral do Esporte, em audiência realizada nesta terça-feira, por mais de seis horas, em Lausanne, na Suíça. Segundo seu advogado, Breno Tannuri, a nadadora brasileira foi "espetacurlamente bem" em seu discurso. Rebeca, que foi banida do esporte em setembro de 2008 após duas punições por doping, está recorrendo em última instância da decisão da CAS. O veredicto final deve sair entre 30 e 45 dias.

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"Achei que ela foi espetacularmente bem. Ela externou exatamente os fatos que ocorreram, todos os pontos de defesa. É claro que quando você está decidindo pontos referentes à sua carreira, é normal que a pessoa fique nervosa. Ela chegou a se emocionar, mas soube manter a calma - explicou Breno, por telefone.

Apesar de evitar falar sobre os principais pontos de defesa utilizados, Breno admitiu que o envolvimento do diretor de doping da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), Eduardo de Rose, foi explorado.

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"Se eu disser que não foi falado sobre isso, estaria mentindo. Mas não posso te detalhar sobre isso porque o processo corre em segredo", explicou.

Segundo Breno Tannuri, a CAS poderá ter três veredictos: um absolvendo Rebeca, outro punindo por dois anos por apenas um caso de doping, ou a confirmação da dupla punição. No entanto, mesmo que a brasileira seja realmente banida do esporte, ainda teria uma possibilidade da defesa recorrer. Mas o advogado admite que isso só seria possível em um caso extremo.

"Essa é última instância. Caberia recurso só se algum ponto não estivesse de acordo com a legislação suíça. Mas seria uma exceção. Só se fosse realmente um erro gritante", ponderou.

Entenda o caso

Rebeca Gusmão foi flagrada por uso de testosterona exógena (produzida fora do corpo) em um exame antidoping colhido em maio de 2006 e em outro feito no primeiro dia do Pan-Americano do Rio de Janeiro, 13 de julho de 2007. Para complicar sua situação, em novembro do mesmo ano, foi divulgada a existência de dois DNAs diferentes nas amostras coletadas da urina nos dias 12 e 18 de julho.

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Em setembro de 2008, os advogados da nadadora recorreram da confirmação do doping de 2006, mas o uso da substância proibida foi atestado mais uma vez. O mesmo aconteceu no caso do Pan do Rio. O recurso não foi aceito pela Federação Internacional de Natação (Fina) e a atleta foi banida do esporte por acumular duas suspensões (de dois anos) por irregularidades.