Após muitas idas e vindas, terá início na próxima terça-feira o julgamento mais importante da vida de Rebeca Gusmão. A partir do dia 17, ela terá a última chance de provar na Corte Arbitral do Esporte (CAS) que não fez uso de doping para conquistar melhores resultados na natação. Apesar de admitir que está nervosa, a ex-atleta mantém o discurso confiante de quem tem certeza da sua inocência.
"Eu sempre penso que o melhor está por vir. Desde que o meu julgamento foi marcado, eu entreguei na mão de Deus. Vai prevalecer a justiça divina. Tem que ter um ponto final nessa história, as pessoas têm que saber o que aconteceu, para o bem ou para o mal. Essa novela tem que ter um final. Espero que seja feliz", afirmou.
Banida do esporte pela Federação Internacional de Natação (Fina) em setembro de 2008, Rebeca se apoia em supostas falhas ocorridas nos processos de acusações que enfrenta para acreditar que será absolvida pelo CAS. A ex-nadadora, que voltou a se dizer perseguida pelo diretor de doping da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), Eduardo de Rose, alega que os dois exames nos quais foi flagrada foram feitos com amostras contaminadas.
Ex-nadadora acusa De Rose de complô
Indignada, Rebeca chega a levantar a suspeita de que De Rose seria sócio do laboratório canadense Armand Frappier, onde suas amostras de urina deram positivo para testosterona exógena (produzida fora do corpo).
"Ela tem direito de falar o que quiser, mas eu não posso ser sócio deste laboratório, não faz o menor sentido. Ele pertence à Universidade de Montral e não pode ter sócios", garantiu o médico.
Rebeca embarca neste sábado para a cidade suíça de Lausanne acompanhada por seus pais, seu marido e dois advogados. Se for inocentada, ela pretende disputar ao menos uma competição para provar ao público que estava certa desde o início. Só não sabe dizer se isso acontecerá no Brasil.
"A minha dignidade não tem preço. O que eu passei, minha família passou...Por mais que eu ganhe o julgamento e volte a nadar, por mais que ganhe a medalha olímpica, essa cicatriz vou ter para sempre dentro de mim. Se os meus patrocinadores quiserem que eu nade pelo Brasil, vou pedir dois dias para pensar. Se eles apoiarem a decisão que eu tiver, eu vou falar que não quero nadar aqui", disse Rebeca, que tem aproveitado o tempo longe das piscinas para jogar futebol.
Sem citar nomes, a ex-nadadora afirma que não vai esquecer as injustiças que sofreu em sua pátria caso seja liberada para voltar a competir nas piscinas.
"Fui humilhada, massacrada por pessoas que estão no poder. Não quero ter que apertar a mão dessas pessoas um dia e ouvir: "Eu sempre acreditei em você" ou "A gente precisa de você". Eu sei que eles vão precisar de mim, mas tenho certeza que eu nunca mais vou precisar deles", finalizou.
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