Aramis Tissot, 62 anos, mostra energia para reerguer o Tricolor| Foto: Antonio Costa/ Ag. de Notícias Gazeta do Povo

Ao assumir a presidência em 1989, no primeiro ano de existência do Paraná, Aramis Tissot líderava um grupo que pretendia fazer do clube uma potência no ano 2000. Na largada, tudo parecia dentro dos planos. O Tricolor foi logo pentacampeão estadual na metade dos anos 90 e passou a frequentar a Primeira Di­­visão.

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Porém tudo mudou ao final da década. Aos poucos, os sonhos de grandeza deram lugar à preocupação quanto ao futuro. E é nesse cenário de incertezas, após dois anos de Segunda Divisão, que Tissot voltou à Vila Capanema. Para começar tudo de novo.

Por que o Sr. voltou para o Paraná?

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Eu vim para contribuir. Com a minha presença vamos chamar pessoas que estavam afastadas do clube. Se percebe isso. Várias pessoas antigas voltando. Precisamos dessa união, caso contrário estaríamos fadados a um insucesso. Gostaria sinceramente de fazer essa estruturação e no próximo ano já tivéssemos um sangue novo tocando o futebol.

O clube e o futebol estão muito diferentes?

O Paraná sempre foi um clube que tinha bala na agulha. Não que nós não tínhamos dificuldades, tínhamos. Mas não existia a Lei Pelé, que é o grande problema do futebol brasileiro. É um absurdo hoje um atleta com 16 anos já ser assediado por outras pessoas.

O Paraná chegou onde se imaginava?

Não chegou. Nós pensávamos um Paraná muito maior. Quando fizemos a fusão pensávamos o Paraná muito grande em 2010. Vamos ter de começar novamente.

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Como você avalia a situação atual do Tricolor?

Hoje o Paraná passa por problemas financeiros muito graves. Inerente à condição atual do clube, que tem uma verba de televisão de R$ 800 mil por ano. Um valor que gastamos muito mais só nas categorias de base. E esse ano ainda tivemos a sorte de ter vendido o Giuliano (para o Internacional) e o Rodrigo Pimpão (Vasco), com isso tivemos uma arrecadação de quase R$ 300 mil por mês. No próximo ano não temos nada disso.

O Sr. acredita que a torcida precisa apoiar mais?

Temos um número muito pequeno de sócios torcedores. Temos de atingir um patamar de 7, 8 mil sócios. Hoje temos pouco mais de 2 mil. Isso pagando uma importância muito baixa. Para que possamos ter futebol, precisamos ter renda.

Qual a prioridade para o clube no futebol?

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O Paraná precisa de uma estruturação. Mais do que pensar em título. Temos que nos estruturar para não terminar o ano com apenas um jogador dos titulares preso para o próximo ano, como aconteceu agora. Quero chegar ao final do próximo ano e dizer que o Paraná já tem um time montado para o Paranaense.

Como atrair investimentos?

Temos pessoas que estão trabalhando por isso, capitaneadas pelo Renato Trombini, e logo teremos novidades. Ninguém é milagreiro no futebol. E não existe quem queira pôr dinheiro porque gosta.

Com esse grupo o Paraná investiu no volante Luiz Henrique Ca­­margo?

Sim. Vamos tentar outros jogadores também. Sempre olhando o perfil como o dele, um jogador jovem, de 22 anos, uma promessa.

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Como trabalhar com as parcerias?

Queremos a colaboração de todos. A Zetex, a L.A. Sports, to­­dos são bem-vindos. Essas pessoas só ajudaram ao clube, ao contrário do que muita gente fala. Esperamos contar com eles para o próximo ano.

O retorno à Primeira Divisão é a prioridade?

Sabemos que o ano que vem a Segunda Divisão será muito mais forte. Vamos ter de nos estruturar para termos uma time tão forte quanto para subir.