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Em 26 anos de carreira, o atirador paranaense Rodrigo Bastos, de 38 anos, tinha a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, em 2003, como o ponto alto da sua já longa trajetória no esporte. No domingo, disputando a 2.ª etapa do Campeonato Paranaense, em Curitiba, ele foi além, mesmo sem conquistar medalha alguma. Rodrigo igualou e bateu, ao mesmo tempo, o recorde mundial da fossa olímpica, modalidade em que o atirador tem de acertar pratos lançados para o alto em direções e velocidades diferentes.

Igualou na etapa de classificação, fazendo 125 dos 125 pontos possíveis; e superou o recorde mundial na fase final com 148/150, batendo os 147/150 do russo Alexey Alipov, alcançado em julho de 2005.

"Foi uma alegria muito grande. Todo atleta visa a superar as melhores pontuações, pois isso implica uma projeção importante", declarou Rodrigo, que divide a paixão pelo tiro com as obrigações profissionais como dentista em Guarapuava.

A forma como escreveu seu nome na história também contribuiu para deixá-lo ainda mais satisfeito. A espingarda calibre 12 utilizada na competição havia ficado pronta apenas na sexta-feira anterior à prova, e a falta de intimidade com a nova parceira não prejudicou seu desempenho.

"Ela estava relativamente boa, e mesmo assim deu tudo certo", disse. Um fator importante para o recorde, segundo ele, foram as instruções do técnico italiano Carlo Danna, que deu a dica fundamental de mudança da coronha.

Passada a euforia do momento, Rodrigo agora desfruta do sentimento de realização, e encara o resultado como uma prova da sua capacidade, duvidada por algumas pessoas. "Saiu um peso das minhas costas. Tinha gente que falava que era tudo fruto da sorte. Isso magoa. Mostrei que nada é por acaso", desabafou, em referência às críticas recebidas após o seu desempenho ruim na Olimpíada de Atenas.

No próximo mês, o atirador colocará em teste a marca na Copa do Mundo, na China, entre 2 e 11 de abril, em Qingyuan. Rodrigo foi convocado pela Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), e representará o Brasil ao lado de Janice Teixeira, Roberto Schmits e Guilherme Maurina.

Será a oportunidade de sentir um pequeno gostinho da próxima Olimpíada, que ocorrerá em Pequim, e seguir forte na preparação para o Pan-Americano no Rio de Janeiro, ano que vem.

"Vai ser uma novidade pra mim, que não conheço a China. Sempre rola um desejo maior entre os atletas de participar de competições no país que sediará a Olimpíada. Além disso, mais uma chance de me aprimorar para o Pan", comentou Rodrigo.

Em Atenas, sua segunda Olimpíada, ele chegou como postulante à medalha de ouro, mas ficou apenas com a 14.ª colocação, o que ele achou normal, diante das circunstâncias. "Fiquei um ano esperando minha espingarda, que chegou faltando somente 30 dias. Na minha opinião, foi excelente".

Rodrigo culpou o referendo do desarmamento, realizado no ano passado, pela demora na entrega da arma. "Foi dificílimo conseguir a liberação, e isso me prejudicou muito", revelou.

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