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Sinalizador, que também é proibido em alguns estádios, foi arremessado no gramado da Arena | Pedro Serápio / Gazeta do Povo
Sinalizador, que também é proibido em alguns estádios, foi arremessado no gramado da Arena| Foto: Pedro Serápio / Gazeta do Povo
  • Relato do árbitro sobre confusão no Atletiba

As bombas arremessadas por torcedores de Atlético Paranaense e do Coritiba no último domingo (19), em jogo disputado na Arena da Baixada, pode complicar as duas equipes no restante do Brasileirão. O árbitro Wilson Luiz Seneme relatou em súmula o confronto das duas torcidas nas arquibancadas do estádio atleticano. O fato deve levar a dupla Atletiba ao banco dos réus do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

No intervalo do jogo, bombas caseiras e rojões foram lançados na área próxima ao cordão de isolamento feito por policiais militares. Na súmula, o árbitro relatou o fato da seguinte maneira: "Durante o tumulto foram arremessadas bombas por ambas as torcidas, uma contra a outra", afirmou. O caso deve ser levado ao STJD ainda nesta semana e os clubes correm o risco de perder mandos de campo.

Por irresponsabilidade de alguns, muitos devem ser prejudicados. É justamente nessa tese em que o coronel Jorge Costa Filho, chefe do policiamento da capital, se apega ao pregar a maior responsabilização dos clubes por estes tipos de ocorrências. "Os torcedores vão ao estádio por causa dos clubes. O time de futebol é o motivador e deve ser responsabilizado pela atitude de seus seguidores", disse, por telefone, à Gazeta do Povo On-line.

Para tentar popularizar este tipo de punição - que na verdade apenas respeita o Estatuto do Torcedor – o coronel da PM fala em conscientização. "Temos que fazer campanhas e, se for o caso, punir alguns mais severamente para que eles sirvam de exemplos. Precisamos transformar os torcedores em fiscalizadores. Se o time perder um mando de campo, os bons torcedores serão punidos pelas atitudes de marginais que vestem camisas de times de futebol".

A ideia defendida pelo coronel Costa é punir os clubes exemplarmente. Quando o Estatuto do Torcedor tornou-se ativo, muitos clubes enfrentaram problemas com o STJD e perderam o mando de campo pelo arremesso de objetos no gramado. Se as punições por brigas de torcedores seguirem o mesmo caminho, a tendência é que os problemas diminuam. "Se punir todos, todos se revoltam contra os baderneiros. As denúncias facilitariam a identificação desses torcedores".

Medidas tomadas para diminuir problemas

A PM afirmou que conseguiu diminuir o número de ônibus depredados após tomar uma medida teoricamente simples. Ônibus especialmente reservados para torcedores tiveram escoltas especiais e os problemas foram bem menores que em outras ocasiões. "Deu certo. Mesmo todo esse tumulto tivemos apenas dois registros de ônibus depredados (mais sete ocorrências confirmadas pela prefeitura). Tivemos uma grande evolução".

Uma outra alternativa para se evitar a entrada de objetos – como bombas – nos estádios será intensificar as revistas. Para o coronel Costa, a medida teria resultados melhores, mas se revelaria inviável pela demora gerada por uma análise mais profunda. "Para ser feita uma revista a contento precisaríamos dos portões abertos umas 4 horas antes dos jogos. Mesmo assim os torcedores chegam sempre em cima da hora".

Para ele, os torcedores que não aprontam, neste caso, não precisam pagar pelos encrenqueiros. "Não posso colocar 30 mil pessoas em uma revista minuciosa. Temos é que punir quem consegue burlar o sistema atual", concluiu.

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