A cena é contada por quem esteve no vestiário logo após a queda do Coritiba, no fim do ano passado. Enquanto Marcelinho Paraíba chamava seus "seguranças" para sair o mais rápido possível do Couto Pereira e esquecer que o Coxa um dia havia existido em sua vida, Édson Bastos estava desolado em um canto, chorando. Mais do que condenar quem já não está no Alto da Glória, a história serve para enaltecer o grupo de jogadores que ficou.
Da equipe que entrou em campo contra o Figueirense, no sábado, quatro atletas atuaram contra o Fluminense, no dia 6 de dezembro de 2009. São eles: os zagueiros Jéci e Pereira, o volante Leandro Donizete e o atacante Marcos Aurélio. Ângelo, Cleiton e Édson Bastos estavam no banco de reservas.
"Foi difícil após o rebaixamento. Até para permanecer na cidade foi complicado. No dia seguinte eu procurei viajar para sair, aliviar aquele clima de tensão. Não tinha como acabar com a tristeza", lembra o arqueiro que, mesmo tendo proposta para sair, ficou. "Preferi ficar. O importante é estar feliz e eu nunca escondi que sou feliz aqui. Fomos nós que caímos e por isso tínhamos obrigação de colocar o clube de novo na Série A."
A saga que transformou culpados em heróis tem versões diversas. Os momentos marcantes variam de atleta para atleta. Alguns deles estão no passado. Outros, no presente. O zagueiro Pereira, por exemplo, esteve próximo de se tornar destaque ao marcar o gol de empate contra o Fluminense, na fatídica partida. Mas a virada do Coxa não veio.
"Eu trocaria aquele gol por dois gols contra, por exemplo, desde que não caíssemos. Mas graças a Deus já passou", relembra o jogador, que nesse campeonato sofreu com lesões. "Só não sei se não foi pior ficar vendo tudo da tevê", brincou.
Em linhas gerais, na opinião de quem permaneceu no Alto da Glória, ter de jogar em Joinville foi o maior desafio enfrentado pelo Coritiba no retorno à elite. Sem torcida e em um campo desconhecido, o Alviverde começou mal o campeonato, deixando todos apreensivos.
"O momento mais complicado foi o dos jogos em Joinville. Era muito difícil viajar sabendo que íamos jogar o nosso mando em um campo ruim daqueles", relembra o lateral Ângelo. "Viajar duas vezes por semana, concentrar, voltar, viajar... ", analisa o capitão Jéci.
Para quem viu tudo de fora das quatro linhas a análise é diferente. De lá, se percebe que, normalmente, quando o mais difícil aparece no final, nem sempre o resultado é o esperado. Dessa vez, no entanto, Ney Franco resumiu seus problemas as três primeiras rodadas da Série B.
"Foi o momento mais turbulento, mas aquela turbulência leve, que tem só de botar o cinto de segurança", conta Ney, que acreditou no grupo e seguiu em frente. "Tivemos a confiança da diretoria. Foi o mais importante para conseguirmos passar por isso e ingressarmos no G4 antes de a Copa começar".
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