Remo venderá seu patrimônio para pagar dívidas

A crise do Remo ultrapassa as quatro linhas. Não bastasse amargar a penúltima colocação da Série B do Brasileiro com 29 pontos e estar praticamente rebaixado para a Terceira Divisão, em breve o clube não será mais dono de uma das suas sedes. Isso porque a diretoria do clube negocia a venda de 34 dos 54 hectares da sede campestre, aproximadamente 63% do imóvel, 7 mil metros quadrados no total.

De acordo com o presidente do clube, Raimundo Ribeiro Filho, a proposta feita pela empresa paulista Abyara Corretora de Seguros S.A. gira em torno de R$ 12,9 milhões, com entrada de R$ 4 milhões e paga em 24 prestações iguais, e já foi aceita pelo Conselho Deliberativo do clube. O negócio deve ser concretizado ainda nesta semana.

Aos torcedores mais entusiasmados, o presidente remista já adiantou que o dinheiro da venda não será destinado à aquisição de jogadores, pois a prioridade do clube é pagamento do salário dos jogadores e funcionários, atrasados em quatro meses, além de dívidas trabalhistas que representam cerca de R$ 5,5 milhões. Atualmente a verba dos patrocinadores está bloqueada pela Justiça do Trabalho, assim como a arrecadação com a venda de ingressos dos jogos.

A diretoria do clube planeja também as próximas parcelas, que além da quitação das dívidas, serão usadas na expansão do Baenão para 29 mil pessoas. Estão na pauta ainda a construção de um parque aquático e uma quadra poliesportiva para abrigar as escolinhas e treinamentos das equipes dos esportes amadores, segundo o site oficial do clube.

O presidente, entretanto, ressaltou que a venda de parte do patrimônio do clube não significa a perda da autonomia, uma vez o que o clube vai se desfazer de apenas uma parte de seu imóvel.

- Apenas a sede campestre será vendida, na qual ficam as piscinas, o ginásio e a boutique. O clube permanecerá com outras quatro sedes: administrativa, social, náutica e o estádio Baenão - explicou.

A transação é considerada a salvação não apenas de todo o patrimônio da sede, mas para superar o risco de arremate em leilões de outros bens do clube.