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Quase dois meses se passaram desde que Renaldo trocou o Paraná pelo Coritiba e o ressentimento da torcida tricolor ainda está bem vivo. Neste clima, o atacante dificilmente vai escapar da hostilidade dos antigos fãs quando reencontrar o ex-clube, sábado, no Pinheirão. Mas o calejado jogador garante não perder o sono por isso. Ele se mostra mais preocupado com o jejum de sete jogos sem balançar a rede no Brasileiro.

"Encaro essa pressão da torcida adversária com naturalidade. Não é a primeira vez que acontece na minha carreira. O que espero é chegar no jogo e fazer meu gol, para voltar a confiança e tentar arrancar (na artilharia) no Brasileiro", afirmou Renaldo, um dos poucos jogadores a passar pelos três times de Curitiba. Experiência parecida ele viveu ao vestir as camisas de Atlético e América, em Belo Horizonte; Corinthians e Palmeiras, em São Paulo.

Talvez pela fase não ser tão boa – ou quem sabe por ter aderido à moda do politicamente correto em vigência no futebol, que inibe o declarações contundentes para "não dar armas ao adversário" –, o veterano atacante preferiu não prometer gols desta vez, como já chegou a fazer no próprio Coritiba ou no rival Paraná.

"Vou tentar de todas as maneiras fazer o meu, mas a vitória do Coritiba é o mais importante", preferiu dizer o autor de três no campeonato – um pelo Tricolor e dois pelo Alviverde.

Os ex-companheiros André Dias e Borges, atual dupla de ataque paranista, elogiam Renaldo e alertam para o perigo que ele representa. Mas torcem para que o coritibano não afaste a má fase justamente sábado. "Espero que ele volte a marcar, mas só depois do clássico. Não dá para vacilar só porque não vem fazendo gols. Às vezes, só falta um pouco de sorte", disse André.

"Tomara que ele só desperte depois", acrescentou Borges, que brincou em seguida. "É um grande jogador, mas nem vai pegar na bola", disse, confiante no sistema de marcação da equipe.

Ao contrário dos torcedores, os atletas do Paraná não viram problema na transferência de Renaldo para o Alto da Glória. "A gente sabe da importância que ele tinha no elenco. Infelizmente, surgiu uma proposta mais vantajosa. Não dá para lamentar", comentou André.

Para os supersticiosos, o reencontro pode ser um bom sinal para o Paraná, que busca consolidar a reação no segundo turno do campeonato. Depois que o camisa 9 fez sua última partida pelo Tricolor, dia 16 de julho, contra o Corinthians, Borges e André comandaram o melhor momento do time: foram dez jogos invicto e a subida à terceira colocação no Brasileiro.

Uma vitória em cima do rival – e sobre Renaldo – seria um prato cheio para a torcida paranista descontar o descontentamento com o ex-ídolo. Em compensação, por mais que não fale abertamente, não há adversário melhor para o artilheiro desencantar. Ainda mais motivado pelas vaias e coros ofensivos que devem partir da arquibancada do Pinheirão.

Alviverdes

Reforço – O meia Capixaba se recuperou antes do previsto de uma tendinite no tornozelo esquerdo e está garantido para o clássico.

Baixa – O volante Márcio Egídio está com uma tendinite e foi vetado. No treino de ontem, Douglas Peruíbe treinou no meio-de-campo e Nascimento foi recuado para a defesa. Também na zaga, Douglas Ferreira foi testado no lugar de Vágner, com um problema no ombro.

Tricolores

Bilheteria – Os ingressos para o clássico estão à venda no Paraná Clube e nas farmácias Multifarma de Curitiba e região metropolitana. A entrada custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

DM – O meia Tiago Neves machucou a coxa esquerda e fará exames para constatar a gravidade do problema.

Time – Barbieri não adiantou a escalação da equipe que enfrenta o Coritiba, mas deu a entender que Beto e Mussamba, recuperados de contusão, podem ficar de fora. Primeiro ele quer ter certeza das condições físicas da dupla de volantes.

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