Renaldo dá adeus de bolso vazio

A principal contratação do Coritiba durante o ano de 2005 deu adeus ao Couto Pereira ontem à tarde. Renaldo chegou durante o Campeonato Brasileiro do ano passado para solucionar o problema da falta de gols, mas está indo embora com o time rebaixado e a fama de matador abalada.

Em 21 jogos pelo Alviverde foram apenas quatro gols. Desempenho tão ruim que não seduziu o novo departamento de futebol a manter os 12 meses de contrato que ainda restavam com o centroavante. O alto salário (cerca de R$ 50 mil mensais) e a constante insatisfação da torcida com o camisa 9 foram mais dois fatores que contribuíram na saída do jogador.

Tirado do rival Paraná, o atacante em nenhum momento conseguiu agradar vestindo verde e branco. Indicado pelo então treinador Cuca, Renaldo chegou a ser afastado após a demissão do técnico que o recomendou. Voltou após a derrota no Atletiba do segundo turno do Nacional (2 a 1, no Couto Pereira) e se tornou personagem importante na derrocada ruma à Segunda Divisão.

"Não me sinto o único culpado pelo rebaixamento. Não joguei sozinho e nem tudo acontece da maneira que nós queremos. Ninguém é Deus para acertar sempre e não posso ser o principal responsabilizado só porque sou mais conhecido", lamentou Renaldo, sem esconder a tristeza pela péssima passagem no clube.

A cobrança das pessoas pelas ruas mexeu com a cabeça do artilheiro. Desde o dia 4 de dezembro – data da última rodada do Nacional, que sacramentou o rebaixamento –, Renaldo diz que não teve mais sossego.

"O final de ano foi uma m.... Aonde eu ia era a mesma coisa. ‘Pô Renaldo como você deixou (o Coritiba) cair’. Essas coisas me chateiam muito. Minha cabeça está um trevo e não sei qual será meu futuro", falou. O destino do puro-sangue, que viveu meses de pangaré no Alto da Glória, deve ser o Botafogo. Ironicamente, uma equipe que ao contrário do Coritiba segue na Primeira Divisão.

Apesar de não ter conseguido repetir a performance de outros clubes, o veterano de 35 anos pelo menos abriu mão de qualquer tipo de multa pela rescisão contratual e saiu elogiado pela direção coxa-branca. "Foi um acordo amigável, sem problemas", revelou o diretor de futebol Almir Zanchi.

"Para mim é como se o contrato tivesse terminado agora em dezembro (de 2005). Não quero dinheiro nenhum do Coritiba. Até gostaria de ficar para me recuperar e recuperar o Coritiba, mas conversando com a diretoria chegamos a um entendimento e a decisão das duas partes foi pela rescisão", disse o jogador.