• Carregando...
Segundo Ivo, a pressão por um título no centenário reduziu a intolerância da torcida com erros: treinador vai embora com 12 vitórias, 6 empates e 6 derrotas | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Segundo Ivo, a pressão por um título no centenário reduziu a intolerância da torcida com erros: treinador vai embora com 12 vitórias, 6 empates e 6 derrotas| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

A anatomia da queda

Alguns episódios ajudaram a compor o cenário que fez Ivo ter um trabalho irregular no Coritiba e resultou na sua demissão.

Última opção

Ivo Wortmann nunca foi o técnico considerado o ideal pela diretoria. Antes de contratá-lo, o clube tentou René Simões, Vágner Mancini e Ney Franco.

Desmanche

Quando acertou, o técnico imaginava contar com atletas como Keirrison, Maurício, Ricardinho, Arílton e Alê, que logo depois se desligaram do clube. Essa foi o argumento de Ivo para a equipe demorar a se acertar.

Conflito

A terceira passagem de Ivo pelo Alviverde foi marcada por alguns atritos com jogadores. Primeiro foi Carlinhos Paraíba que se negava a jogar na ala. Depois, Rodrigo Mancha e Marlos, afastados por não estarem comprometidos com o clube por não terem renovados seus contratos. Nem o garotos da base escaparam, e chegaram a ser acusados de fazer corpo mole nos treinos. Todos, acabaram "reintegrados" com o mau desempenho do time.

Jamelli

Ivo encontrou resistências internas desde o começo. O então gerente de futebol, Paulo Jamelli, tentou demitir o técnico após a sequência de resultados ruins contra J. Malucelli (derrota por 1 a 0), Paraná (derrota por 2 a 1) e Cianorte (empate por 1 a 1). A direção manteve Ivo e Jamelli pediu demissão três rodadas depois.

O time ideal

Em três ocasiões afirmou ter encontrado o time ideal, mas nunca manteve a base. O primeiro tinha Carlinhos Paraíba e Pedro Ken como volantes e Hugo como referência. Depois, Carlinhos foi para a ala-esquerda e Marcelinho Paraíba era atacante. Na última formação, Marcelinho já estava na armação, e no ataque Ariel era o centroavante de referência. Isso teria gerado uma insegurança na equipe.

Queimado

O Paratiba já estava decidido e nos acréscimos quando Marlos foi colocado em campo. Foi vaiado toda vez que pegava na bola, exposição desnecessária que teria gerado um mal-estar.

Coritiba 100 anos

Faltam 174 dias - 21 de abril

... Em 1909, nasce Leonildo Luiz Levoratto. Atacante driblador, veloz e oportunista, Levoratto jogou no Coritiba de 1932 a 1934.

... Em 1910, o Coritibano Foot-Ball Club muda seu nome para Coritiba Foot-Ball Club.

... Em 1940, estreia o centro-médio Aryon Cornelsen, na partida Coritiba 3 x 1 Juventus. Dezesseis anos depois, Aryon tornou-se presidente do clube e, com o dinheiro obtido através de suas promoções (Bolo Esportivo, Cori Gigante, Cori 70), ajudou a ampliar o estádio Belfort Duarte, hoje Major Antônio Couto Pereira.

... Em 1949, morre Staco (Estanislau Delles), maior artilheiro do Coritiba nos anos 1920.

Se você tem objetos, vídeo, áudio, fotos relativos ao passado do Coritiba, ligue para 41 9957-8672. Os "Helênicos" se responsabilizam por buscar, fotografar e devolver o material com a maior brevidade possível.

René Simões espera um telefonema da diretoria do Coritiba para acertar seu retorno ao Alto da Glória. Por outro lado, Celso Roth já teria sido contatado, mas não admite falar publicamente sobre o assunto por uma questão ética. Esses são os principais cotados para substituir Ivo Wortmann, que, desde ontem, não é mais o treinador do Coritiba.

Após pouco mais de quatro meses à frente do Alviverde, os maus resultados e a inconstância da equipe dentro de campo foram preponderantes para definir a queda do técnico gaúcho em sua terceira passagem pelo clube. Desta vez, Ivo dirigiu o Coxa em 24 partidas, obtendo 12 vitórias, 6 empates e 6 derrotas, aproveitamento de 58,3%.

Mas perder para o Iraty por 1 a 0, no domingo, no Couto Pereira, resultado que tornou apenas matemáticas as chances da conquista do bicampeonato estadual, foi a gota d’água para a cúpula do Coritiba. Em uma reunião extraordinária na manhã de ontem ficou decidida a saída de Wortmann. À tarde, o diretor de futebol do clube, Homero Halila, comunicou pessoalmente a decisão ao técnico.

De acordo com o site oficial do Alviverde, "ambos decidiram, em comum acordo, a rescisão contratual". Mas o discurso do técnico é um pouco diferente.

"Posso dizer que a direção não teve a mesma firmeza que a direção de 2001, quando tive momentos de dificuldade dentro do próprio Coritiba (e foi mantido). Talvez se não fosse um ano tão importante, como o do centenário, essa impaciência do torcedor seria diferente e não traria essa consequência que foi a minha saída", disse Wortmann, via sua assessoria de imprensa particular.

Edison Borges comandará interinamente a equipe enquanto não chega o novo treinador. Será auxiliado por Dirceu Krüger, que ocupa provisoriamente a coordenação técnica do time. Hoje à tarde os dois já estarão em Ponta Grossa dirigindo a equipe reserva do Coxa no amistoso contra o Operário, que disputará a Divisão de Acesso do Paranaense. Enquanto isso, é provável que seja acelerado o anúncio do novo gerente de futebol para que ele já colabore na contratação do próximo treinador.

Mesmo sem o dirigente, alguns técnicos que estão desempregados já são especulados. Os principais nomes são René Simões e Celso Roth.

O primeiro é o preferido da torcida e afirma que voltaria com todo o prazer. No começo do ano, quando estava no Fluminense, foi procurado pelo Coritiba, mas não chegou ao acerto financeiro. Agora até baixaria o salário.

"Vamos ver, se me ligarem...", disse, por telefone, à Gazeta do Povo.

Já Celso Roth teria mais respaldo na diretoria. Pelo vice brasileiro com o Grêmio, em tese uma equipe mediana, o técnico teria sido sondado. O problema também seria dinheiro. Para se ter uma idéia, antes da chegada de Dorival Jr. , em 2008, Roth pediu R$ 300 mil mensais para o Coxa. Agora, poderia diminuir a pedida pela restrição do mercado – só o Coxa procura técnico na primeira divisão nacional.

"Já vou te adiantar, não tenho nada para falar. Pelo que sei o Ivo ainda está empregado e não seria ético falar sobre isso", afirmou Roth, por telefone, logo ao saber que falava com a Gazeta.

Mas, nessa hora, Ivo já não era o técnico alviverde há algum tempo.

* * * * * *

Ivo disse

"Lidar com pressão todos no futebol sabem que é preciso. Não se promete, se trabalha para conquistar."

17/12, na apresentação oficial.

"Deixei ele até o fim do jogo para se expor e ver que o torcedor também não aceita isso."

27/1, sobre a atuação de Marlos na estreia do Estadual, contra o Iraty.

"O cara que joga de 9 tem de ter tesão de fazer gol, tem de ser vibrante o tempo todo. A não ser que seja um Keirrison, Romário..."

6/2, sobre a falta de gols.

"Dei um tempo para a direção resolver a situação, mas o tempo está indo. Daí eles saem e eu fico na mão."

23/2, ao explicar o afastamento de Marlos e Mancha.

"Não há racha no grupo."12/3, um dia após perder o Paratiba na Vila.

"Eu acho que é na hora difícíl que a gente precisa de apoio. É muito prático dar apoio internamente, mas no futebol é importante o aspecto externo."

15/3, reclamando da ausência de dirigentes no vestiário após o empate com o Cianorte, no Couto.

"Qual o papel do treinador? Tirar o máximo de seu jogador. Estou satisfeito, pois estou colocando os 11 melhores em campo."

1º/4, empolgado com o 3 a 0 no Paranavaí.

"Acho que o torcedor tem plena razão. Foi uma vergonha. Eu assumo a responsabilidade."

19/4, após a derrota por 1 a 0 para o Iraty, no Couto Pereira.

* * * * * *Interatividade

Quem é o maior culpado pela instabilidade do Coritiba neste ano: Ivo Wortmann, diretoria ou jogadores? Quem deve ser o novo técnico do Coxa?

Escreva para arquibancada@gazetadopovo.com.br ou deixe o seu comentário abaixo.

As cartas selecionadas serão publicadas na Gazeta Esportiva.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]