Representante alviverde

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Convocado ontem pelo técnico Mano Menezes para o Super­­clás­­sico das Américas, contra a Argen­­tina, na próxima quarta-feira, o zagueiro Emerson, 28 anos, acabou com uma escrita que já durava sete temporadas no Coritiba.

Desde 2004, quando o lateral-esquerdo Adriano – hoje no Bar­­celona – foi chamado por Carlos Alberto Parreira para defender a seleção brasileira em amistoso diante do Haiti, o Alviverde não tinha representante na seleção brasileira principal.

Em menos de dez meses no Alto da Glória, Emerson se tornou o 14.º coxa-branca da história a ser lembrado pela CBF.

"Ah, cara, foi com muito trabalho [a presença na lista]. Continuei com a mesma pegada depois de três anos excelentes no Avaí. Sur­­giu a oportunidade de vir para o Coritiba neste ano e foi onde eu acertei", disse o jogador, que visitava um orfanato com os companheiros Rafinha e Jonas quando recebeu a notícia.

A escolha pelo Alviverde, feita com a orientação de seu empresário, deu resultado.

No Coxa, o defensor conseguiu o reconhecimento nacional que não teve no time de Florianó­­polis, onde era capitão e se destacou como zagueiro-artilheiro. Em quatro anos, passou de reserva do Sertãozinho, então rebaixado para a Segunda Divisão paulista, ao primeiro nível do futebol na­­cional.

"Injustiça ele não ter sido convocado antes. É muito regular e uma ótima pessoa", elogiou o dirigente alviverde Ernesto Pedroso.

Apesar de o Coritiba negar oficialmente, a convocação deve servir de impulso para um reajuste salarial ao defensor. Conforme a reportagem apurou, as conversas sobre o assunto foram iniciadas há um mês, motivadas pela regularidade e o desempenho do atleta, presente em 91% das 57 partidas até aqui na temporada.

Mesmo com vínculo até o fim de 2013, o Coxa pretende am­­pliar o tempo de contrato do za­­gueiro e também a porcentagem de di­­reitos econômicos sobre ele. Atu­almente o clube possui 50% – a outra metade pertence à empresa LA Sports.

"Quero ficar [por muito tempo], o projeto do Coritiba é grandioso. É muito bom trabalhar aqui, pelo profissionalismo de cada um. O Coritiba sabe da valorização que tem de vir, mas isso é coisa que já está sendo conversada", contou o atleta, natural de Taguatinga (DF).

Para o clube, o sucesso de Emer­­son é uma prova de que o trabalho está sendo bem desenvolvido. "Temos certeza de que isso não aconteceu por acaso, não é golpe de sorte. É fruto do trabalho. O Emerson tem feito um grande desempenho dentro de campo, mas não dá para deixar de valorizar o suporte que ele recebe", afirmou o superintendente de futebol Felipe Ximenes. "Há quanto tempo não tínhamos um jogador na seleção? Tenho certeza de que é só o começo", vaticinou Pedroso.