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 | Hedeson Alves, enviado especial/ Gazeta do Povo
| Foto: Hedeson Alves, enviado especial/ Gazeta do Povo

61% dos pontos

Desde que assumiu a seleção brasileira em agosto do ano passado, com a missão de renovar o time visando à Copa 2014, o técnico Mano Menezes tem campanha razoável em números, mas que distorcem a realidade. De 12 partidas, venceu 6, empatou 4 e perdeu 2 – 61% de aproveitamento. A equipe, porém, não bateu nenhum grande rival – empatou duas vezes com Paraguai, uma com a Holanda e perdeu para Argentina e França. Ganhou apenas de adversários pouco expressivos. A favor de Mano pesa o fato de só ter repetido uma vez os 11 titulares – ontem, no 0 a 0 com o Paraguai, usou a mesma escalação do triunfo sobre o Equador (4 a 2).

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La Plata, Argentina - Sem precisar disputar as Eliminató­rias, na condição de país-sede, o Bra­­sil tinha na Copa América sua única competição oficial antes da Copa das Confederações, evento-teste um ano antes do Mundial de 2014. Fracassada na Argentina, a seleção terá de se virar com amistosos a partir de agora, em confrontos sem o mesmo caráter competitivo.

Situação ruim, que, diante da des­­classificação de ontem, o técnico Mano Menezes teve de valorizar: "Não pensem que as Eli­­mi­­natórias têm alguma semelhança com o que vai se fazer na Copa do Mundo. Nossa seleção já fez Eli­­minatórias com uma formação e jogou a Copa com outra, e inclusive ganhou".

Ontem mesmo, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, garantiu a permanência dele à frente da equipe. "O Mano continua como técnico da seleção porque houve evolução da primeira partida para essa última, e o trabalho segue dentro do planejado", declarou o dirigente, via assessoria.

O primeiro amistoso será dia 10 de agosto, contra a Alemanha, em Stuttgart. Depois, apenas os atletas que atuam no Brasil serão convocados para a Copa Rocca, disputa com jogos de ida e volta contra a Argentina. Em outubro e novembro, será a vez de encarar Itália e Es­­panha, sem datas definidas.

No momento de procurar o que dizer para minimizar a eliminação, alguns jogadores lembraram que o Brasil foi campeão das duas últimas edições da Copa América (2004 e 2007), mas não obteve sucesso nos dois Mundiais que se seguiram. "To­­das as derrotas servem para tirar li­­ções. Em 2007, fomos campeões. Chegou na Copa do Mundo, perdemos. Vamos ganhar a Copa no nosso país", prometeu Robinho.

O goleiro Júlio César emendou um discurso parecido. "Não se trata de superstição, mas o objetivo maior é sempre a Copa do Mundo", afirmou, diminuindo a importância da competição recém-perdida.

Nas duas últimas vezes em que perdeu Copas Américas que antecederam Mundiais (1993 e 2001), a seleção brasileira conquistou o te­­tra e o penta do torneio mais importante do futebol nos anos seguintes.

Os jogadores se apegam no discurso de que o time jogou bem contra o Paraguai para apostar na sequência do trabalho. "Desde que o Mano chegou, foi a nossa me­­lhor apresentação, mas fomos eliminados com uma apresentação dessa...", lamentou o zagueiro Thiago Silva, um dos que se tor­­naram titulares na era Mano – e que perdeu um dos pênaltis ontem.

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