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Reunião das Comissões da Copa de 2014 teve discussão sobre potencial construtivo e as contrapartidas do Atlético | Hugo Harada / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Reunião das Comissões da Copa de 2014 teve discussão sobre potencial construtivo e as contrapartidas do Atlético| Foto: Hugo Harada / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Os vereadores de Curitiba aparentemente ainda não estão convencidos de que o Atlético dará uma contrapartida satisfatória para os R$ 90 milhões -- R$ 4,5 milhões por ano durante 20 anos -- em cotas de potencial construtivo que a prefeitura vai passar ao clube. Em reunião aberta, na Câmara de Curitiba, entre vereadores e representantes da cidade na organização da Copa 2014, esse foi o principal questionamento dos legisladores durante mais de três horas de discussão na tarde desta quarta-feira (6).

Um dos vereadores que mais se revoltou na sessão foi Jair Cézar, do PSDB. "Aquilo que o município poderia usar para a população como um todo será aplicado em uma entidade particular. A minha dúvida é isso: essa entidade vai devolver esse valor? E quando vai ser devolvido? Foi isto que eu perguntei e eles não me responderam", reclamou, no final do evento.

Durante a reunião, a procuradora-geral de Curitiba, Claudine Camargo Battes, citou como contrapartida do Atlético várias obrigações publicadas com exclusividade na Gazeta do Povo ontem, como ceder 50% da área administrativa para a instalação da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer por cinco anos e dois camarotes, um para o estado e outo para o município, por 50 meses.

"O interesse do prefeito Ducci é que utilize-se esse camarote, por exemplo, para que os melhores em um concurso de redação nas escolas da prefeitura possam assistir uma partida como prêmio", citou a advogada. Porém, Claudine assumiu que a escolha da Arena foi do governo do estado e que o município tinha outros projetos para o local destinado à Copa de 2014. Não citou, porém, quais seriam.

As contrapartidas oferecidas no acordo irritaram Jair Cézar. "Isso é bobagem. Imaginem que nós estamos falando em R$ 90 milhões e vem falar em sublocar em um pedaço de sala para a Secretaria de Esportes", protestou. "Dizer que o pessoal ligado à área do artesanato vai expor no clube? Quem vai a um campo de futebol não compra artesanato", complementou.

Após a sessão, a procuradora explicou que o Atlético retribuirá o esforço da cidade garantindo a vinda do evento para a capital paranaense. "Você não pode imaginar fazer bater essas contrapartidas que foram mencionadas com o valor de R$ 90 milhões. Não é isso", afirmou. "O estado dará para o município R$ 45 milhões para aplicação em obras. O que vê o município neste sentido: para termos todo este investimento federal e estadual, nós precisamos de um estádio", lembrou Claudine, defendendo que, como o Atlético vai pagar um terço da obra, na verdade ele nem precisava ter as outras obrigações citadas.

A reunião ainda abordou as isenções fiscais, que acabaram sendo resumidas como uma ordem do governo federal, além de outros temas polêmicos, como as desapropriações. O secretário de governo de Curitiba, Luiz Fernando Jamur, garantiu que nenhum imóvel desapropriado pelo estado ou pelo município fará parte no futuro do patrimônio do Atlético.

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