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Entrevista

Antônio Lopes, técnico do Atlético

Qual o peso da partida contra o Ceará para a recuperação do Atlético?

Esse jogo é realmente muito mais decisivo do que os outros que fize­­mos e talvez dos que ainda tere­­mos. O Ceará também está ali pró­­ximo da zona do rebaixamento e temos de ganhar para mais na frente passá-los. Se eles ganharem, aí vai ficar difícil. Isso é partida realmente decisiva, de vida ou morte.

Como a semana cheia de treinamento ajudou na preparação para o jogo contra o Ceará?

Fizemos uma semana boa de trabalho, justamente porque os jogadores estão aplicados, dedi­­cados e focados no objetivo de sair dessa situação que estamos. Fizemos muitos treinos de funda­­mentos, passes, controle de bola e cabeceio. É nisso que o time ainda precisa melhorar.

O Ceará vem com vários jogadores de defesa. Como furar essa retranca?

Eles mesmos disseram que o empate aqui seria bom. Va­­mos ter de trabalhar bem pelos flancos para fugir do ferrolho.

Segundo pior do returno, Ceará fala em "final" contra o Furacão

O técnico do Ceará, Estevam Soares, encara o jogo de hoje, contra o Atlético, como uma partida de "final". Neste returno, em 11 jogos, o time nordestino tem a segunda pior campanha, à frente apenas do Cruzeiro. Só venceu uma vez, empatou quatro e perdeu seis. Está há quatro rodadas sem vencer.

Estevam Soares não contará com o atacante Osvaldo e o volante Heleno, expulsos na derrota para o Flamengo. Quem re­cebeu o terceiro cartão amarelo foi o meia Leandro Chaves. Eles serão substituídos por Washington, Eusébio e Careca, respectivamente. O atacante Mar­­­­celo Nicácio e volante Rud­­nei ficam no banco de reservas após terem sido afastados por indisciplina. "Enfren­tar o Atlé­­tico na Arena é complicado, mas nós temos de ser inteligentes para conquistar um grande resultado. Queremos esta vitória", afirmou o zagueiro Daniel Marques, ex-Paraná.

Agência Estado e Folhapress

  • Antônio Lopes, técnico do Atlético, durante a preparação para o jogo de hoje

Antônio Lopes completa 50 dias de sua quinta passagem pelo Atlético. Fará esta tarde – no embalo de um duríssimo calvário – a décima partida no comando do Rubro-Negro no Brasileiro. Tempo suficiente para arrumar a casa, porém...

O treinador ostenta um tímido aproveitamento de 33,3% à frente do Furacão. Desempenho inesperado e que transformou a partida contra o Ceará, às 16 horas, na Arena, segundo o próprio comandante, como capital na luta contra o rebaixamento.

Lopes já parece sentir a pressão. Sob a batuta desse carioca de 70 anos, o time da Baixada conseguiu até agora apenas duas vitórias – além de quatro empates e quatro derrotas. Rendimento abaixo do seu antecessor, Renato Gaúcho, que deixou o CT do Caju com 47,2% dos pontos conquistados.

Mantendo o aproveitamento do "ex", os atleticanos teriam neste momento 32 pontos, mesma posição do rival de logo mais, atualmente fora da zona de risco. Vencendo o confronto direto, o Rubro-Negro chegará a 31.

Diante dessa realidade, o time não conseguiu deixar a zona da degola – onde esteve durante todo o campeonato. O único ganho numérico foi ter pulado da 19.ª posição, a vice-lanterna, para a atual 18.ª (no início da rodada).

Quando retornou ao Atlético, na véspera da goleada por 4 a 0 sofrida para o Grêmio (4/9), Lopes não relutou em dizer que seria um desafio salvar o time da Segunda Divisão. Discurso mantido até agora, fazendo questão de lembrar que isso não é novidade na carreira dele.

"Tive uma experiência com o próprio Atlético, mais ou menos parecida [em 2009 assumiu na 18.ª colocação e livrou o time da degola], mas fora daqui nunca precisei ganhar um monte de partidas para escapar. Temos de ganhar quatro e conseguir mais dois empates nos próximos jogos que temos pela frente", calcula, entendendo que com apenas 42 pontos o time pode permanecer na Série A.

Mesmo que vença os nordestinos, o Rubro-Negro seguirá na zona de rebaixamento. Apesar disso, o treinador analisa de forma positiva, mas com moderação, a evolução do time nos dez jogos sob seu comando. O principal ganho, segundo ele, foi no aspecto físico – junto com ele voltou o preparador Riva Carli.

"Evoluiu um pouco, não muito, mas acho que a parte boa foi fisicamente. Isso está saltando aos olhos e o time melhorou muito. Na parte tática também, porque eles [jogadores] já estão sabendo aquilo que quero", elogia Lopes.

O comandante está ciente de que seu trabalho precisa ir além. Mesmo para atingir a meta de 42 pontos, um ganho técnico nas próximas partidas é fundamental. "Temos de melhorar. Faltam oito jogos e estou na esperança de que o time vai evoluir mais."

Essa evolução está depositada, em partes, no retorno de Cléber Santana ao meio de campo, no lugar de Renan Foguinho. O treinador falou duas vezes na semana que o time melhora com a presença do jogador entre os titulares.

Quem comemora é o próprio meia, que começou as últimas partidas no banco. "Fico feliz em voltar. Venho trabalhando forte e tivemos uma semana proveitosa. Tenho certeza de que vamos fazer uma grande partida e conseguir essa vitória para encostar no Ceará", garante Santana.

Ao vivo

Atlético x Ceará, às 16 h, no tempo real da Gazeta do Povo (www.gazetadopovo.com.br/esportes).

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