Uma das Principais testemunhas para apurar a suposta participação do presidente da Federação Paranaense de Futebol, Onaireves Moura, no chamado "Mensalão do Apito", mostrou-se surpresa com as declarações do dirigente ao testemunhar no Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), na terça-feira.
De acordo com José Carlos Marcondes, ex-presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, os fatos revelados por Moura sobre o esquema para manipulação de resultados em competições realizadas pela entidade são novos e desconhecidos para ele. "O que sei acabou sendo revelado no julgamento dos envolvidos, quando prestei depoimento. Para mim isso é novidade", afirmou Marcondes à Gazeta do Povo, ontem, por telefone.
No depoimento de mais de cinco horas ao TJD, Onaireves Moura afirmou que tomou conhecimento do esquema de corrupção na arbitragem local já com ele em andamento, mas apresentou uma nova versão dos fatos, que inocenta o seu diretor administrativo Johelson Pissaia banido do futebol no primeiro inquérito. De acordo o cartola, quem comandaria o esquema fraudulento seria o ex-juiz Amoreti Carlos da Cruz, atual presidente do Sindicato dos Árbitro de Futebol do Paraná. Ainda segundo Moura, haveria outros dois Bruxos à solta no estado, um no interior e outro na capital, os quais não quis revelar os nomes por falta de provas.
"Achei o depoimento (de Onaireves Moura) muito forte. Mas se ele prestou essa informação terá de comprovar", completou Marcondes, sem querer entrar em mais detalhes, mas revelando sua impressão final do testemunho: "O Moura pareceu estar meio nervoso."
Hoje, às 10 horas, será a vez de Marcondes prestar um novo testemunho ao TJD, dessa vez no inquérito que investiga corrupções na partida que levou o Operário de Ponta Grossa à Segunda Divisão estadual, no dia 22 de abril de 2000, contra o Prudentópolis. Naquele jogo, apitado por Cidão, Marcondes ainda era o presidente da Comissão de Arbitragem e assistiu à partida como observador da FPF. "Não tenho fatos novos para acrescentar. Vou repetir o que falei anteriormente", finalizou o ex-árbitro e dirigente.
Ontem, era esperado o depoimento de Antônio Mikulis, na época o presidente do Operário. No entanto, por meio fax, ele avisou que não iria depor, alegando não ter cometido nenhum ato ilícito. Ele foi novamente intimado para depor na próxima segunda-feira.
As expectativas agora se voltam para o depoimento do presidente do Sindicato dos Árbitro de Futebol do Paraná, Amoreti Carlos da Cruz, amanhã, quando ele deverá se defender das acusações de Onaireves Moura e reforçar a possível culpa de Johelson.
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