Em menos de quatro anos, o estatuto do Paraná Clube pode ser alterado pela segunda vez no artigo que fala sobre reeleição na presidência. Numa reunião hoje à noite na sede da Vila Guaíra, os conselheiros tricolores vão decidir se aceitam novos reparos, o que abriria caminho para um possível terceiro mandato de José Carlos de Miranda – em novembro de 2003, quando Ênio Ribeiro terminava seu segundo biênio, a ação havia sido no sentido contrário.

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Caso metade mais um dos conselheiros presentes decidam a favor da proposição de mudar o artigo 34, será feita uma nova redação e levada a uma assembléia geral, na qual terá direito a voto todo o quadro associativo. No encontro de hoje não é necessário um número mínimo de votantes, porém, como o assunto está movimentando o clube, a expectativa é de comparecimento de pelo menos metade dos 400 membros do Conselho.

Miranda fala em corrigir um erro de elaboração do artigo. "Já éramos contrários a isso na criação do estatuto. Foram discutidas várias possibilidades, com muita alternância entre as preferidas, e no fringir dos ovos foi publicada a atual forma. Mas desde o princípio sabíamos que teria de passar por uma revisão", explicou o presidente.

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A visão é diferente da apresentada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Luiz Carlos de Souza, responsável por conduzir o processo e um dos maiores opositores da idéia: "Na época, todos discutimos e decidimos juntos. A diferença é que no momento foi feito de maneira totalmente isenta, ou seja, não favorecia e não prejudicava ninguém", afirmou, deixando claro que acha o momento inadequado por ser um ano eleitoral no Tricolor. "A mesa do Conselho é contra porque se trata de casuísmo. Se abrirmos o precedente, descuidarmos, aí vira uma capitania hereditária", acrescentou.

O primeiro impasse do dia deve ser a forma como será realizada a consulta aos conselheiros. "Normalmente, é feita de forma aberta. Mas, para evitar qualquer tipo de pressão, vamos propor que o voto seja secreto", contou. Como não deve haver acordo entre as partes, uma primeira votação é que deve determinar como será a que realmente interessa.

Confiança

De qualquer maneira, Miranda se mostra extremamente confiante na mudança do artigo 34. "Acho que devemos ter mais ou menos 80% de apoio, que foi o resultado da última eleição", afirmou, confiando que o panorama político no clube não mudou muito desde que foi reeleito.