O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, passou o dia fazendo lobby na Câmara dos Deputados, em Brasília, contra a criação de uma CPI para investigar denúncias de supostas irregularidades na entidade.
Enquanto Ricardo Teixeira visitava os gabinetes dos líderes e do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), autor do requerimento de CPI, recolhia assinaturas dos deputados em busca dos 171 apoios necessários para a criação da comissão de investigação. O ex-jogador da seleção e agora deputado Romário (PSB-RJ) foi um dos que assinaram o pedido de CPI.
Entre as supostas irregularidades que Garotinho pede apuração estão a composição societária do Comitê Organizador Local (COL), o critério de divisão dos lucros da Copa de 2014, os acordos firmados entre a CBF e redes de TV e patrocinadores, a prática de lavagem de dinheiro, desvio de recursos da entidade e financiamento de campanhas eleitorais.
Até o início da noite desta quarta-feira, Garotinho havia conseguido 115 assinaturas no requerimento. Mesmo que consiga o número necessário, dificilmente a CPI será instalada. Grande parte dos líderes partidários e o governo estão contra a comissão de inquérito.
Garotinho não conseguiu apoio irrestrito nem em seu próprio partido. "Não vou estimular nem impedir assinaturas na CPI", afirmou o líder do PR, Lincoln Portela (MG), após receber Ricardo Teixeira nesta quarta-feira.
Os líderes do PT, Paulo Teixeira (SP), do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), e do PTB, Jovair Arantes (GO), se declararam contrários à CPI. O PMDB também está pedindo para que os deputados não assinem o requerimento. Já o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), assinou o pedido de CPI, mas, depois do encontro com Ricardo Teixeira, considerou que as argumentações do presidente da CBF foram "sólidas" e que não existem provas materiais para a CPI.
Garotinho reconheceu haver uma pressão de partidos e do governo contra a CPI. "Estranho a movimentação do governo, porque essa CPI não é contra o governo", disse o deputado.
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