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Richarlyson continua em alta com o técnico Muricy Ramalho. No São Paulo, ele é um verdadeiro curinga. Já foi lateral-esquerdo, volante, zagueiro, segundo volante e quarto homem do meio-de-campo. A sua escalação diante do Botafogo, nesta quarta-feira, às 21h45m, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, está garantida. Mas nem ele sabe em qual posição. Porém, independente da sua importância dentro dos gramados, fora de campo o jogador segue levantando a bandeira contra qualquer tipo de preconceito.

A primeira manifestação contra o preconceito levantada por Richarlyson foi em cima das declarações do diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Júnior, que em um programa de televisão insinuou que o jogador do São Paulo era homossexual.

- Eu pedi para os meus advogados prosseguirem com o processo. Não adianta ele ter se retratado no mesmo programa de televisão. Ele atingiu a minha honra. Quero acabar com o preconceito ao homossexualismo, credo e raça. Cada um que seja feliz como quiser. As pessoas precisam cuidar da própria vida - afirma Richarlyson.

O jogador do São Paulo afirma que tomou ainda mais coragem após fazer um trabalho de etnocentrismo (Tendência do pensamento a considerar as categorias, normas e valores da própria sociedade ou cultura como parâmetro aplicável a todas as demais) no curso de Educação Física que está fazendo na faculdade Unip. Ao revirar o assunto, Richarlyson se deparou com diversos tipos de preconceitos que existiam e ainda existem na sociedade brasileira.

- Eu fiz o trabalho sozinho e percebi quanto preconceito existe na sociedade brasileira. E agora que aconteceu comigo resolvi levantar a bandeira para as pessoas pararem com isso. Quero que os meus advogados continuem trabalhando - avisa o jogador.

Richarlyson ficou ainda mais indignado quando o juiz da 9ª Vara Criminal de São Paulo, Manoel Maximiano Junqueira Filho, mandou arquivar o processo movido pelo jogador do Tricolor contra o dirigente do Palmeiras. Em seu despacho, entre inúmeras declarações consideradas homofóbicas, ele diz que não poderia jamais sonhar em vivenciar um homossexual jogando futebol.

- É um absurdo que uma pessoa que tenha que julgar as leis trate o assunto de forma tão preconceituosa. Mandei os meus advogados tratarem do assunto. E agora fiquei sabendo que o juiz vai ser obrigado a se retratar e rever a sua decisão. O pepino agora está nas mãos dele - ironiza Richarlyson.

O jogador do São Paulo lembrou que diversos companheiros de profissão estão o apoiando. Inclusive, Richarlyson comentou uma possível troca com volante Diguinho, do Botafogo, no início do Campeonato Brasileiro.

- Eu estou recebendo apoio não só dos jogadores, comissão técnica e diretoria do São Paulo, que realmente é um clube diferenciado. Mas de diversos companheiros de outras equipes. Também fiquei feliz quando o Botafogo cogitou o meu nome em uma possível trocar por um dos seus volantes. É sinal que o meu trabalho vem sendo valorizado - afirma Richarlyson.

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